13.07

Sinopse: Toda cidade pequena tem segredos. Mas nenhuma delas é como Black Spring, o pacato vilarejo que esconde uma bruxa de verdade do resto do mundo. Os moradores sabem que não se deve mexer com ela. Assim como aconteceu com as bruxas de Salem, Katherine Van Wyler foi condenada à fogueira. Mas a feiticeira sobreviveu e continua rondando a cidade, mais de trezentos anos depois. Seus olhos e sua boca foram costurados, para impedir que ela lance maldições fatais.

Os habitantes de Black Spring controlam seu passos através do HEXApp, um aplicativo de celular, 24 horas por dia. A vigilância constante aumenta o clima de paranoia na cidade, enquanto um grupo de adolescentes desafia as regras e resolve zoar a bruxa para ver se ela é tão perigosa quanto dizem…

“Você se adapta, e faz sacrifícios. Por seus filhos ou por amor. Por causa de doença ou de um acidente. Porque tem novos sonhos… e, ás vezes, por causa de Black Spring.”

Diferentemente de outras resenhas, essa eu comecei com uma quote tirada diretamente do livro porque ela em si, indica muito do que diz respeito a história e ao que os moradores de Black Spring passam. E, diferente de outros livros que eu li, esse livro é mais sobre a cidade em um todo e como ela se comporta, do que de alguma pessoa em especial. Depois que eu li ele fiquei um tempo pensando e pensando em como faria essa resenha sem dar muitos spoilers e acreditem, é muito difícil porque tem tanta coisa que dá vontade de falar, mas eu vou tentar.

A cidade de Black Spring é uma cidade “amaldiçoada”, por assim dizer. É algo que eles falam para todos os novos moradores dali. Anos atrás quando existia toda aquela caça as bruxas por qualquer coisa diferente que as mulheres faziam, isso aconteceu na cidade que na época se chamava “New Beeck”. Doenças passaram a assolar a cidade, moradores enlouquecendo e então um dia o filho de Katherine foi dado como morto por varíola, mas muitas pessoas alegaram que viram Katherine enterrando ele na floresta e dias depois o garoto voltou a vida, andando pela cidade ou pelo mato – e foi aí que eles escolheram Katherine como seu bode expiatório (até porque ela era uma mulher solteira que morava sozinha na floresta junto com seus dois filhos, um menino e uma menina) e para ser a culpada de toda a morte que aconteceu no lugar e ela foi sentenciada a morte por bruxaria.

Depois de muitas torturas, ela acabou confessando a pratica – mas bem, como eles mencionam no livro, quem não confessaria depois de tanta tortura que era imposta naquela época? Então o castigo de Katherine seria ainda pior: ela foi forçada a escolher entre seus filhos. Ou ela matava o garotinho que disseram que ela ressuscitou, ou eles matariam não só o garoto, mas a garota também. Então Katherine matou o próprio filho e foi sentenciada a forca, mas eles não só a sentenciaram, como falaram que ela teria que pular sozinha para se enforcar como se fosse um sinal de que ela se arrependia de seus pecados.

O problema maior foi que a história de Katherine não terminou aí. Assim que ela se matou enforcada, o corpo dela foi jogado na floresta sem ao menos ser enterrado ou algo parecido. Então, quatro meses depois de sua morte, um grupo foi investigar a cidade e não encontrou absolutamente nada além de neve. Todas as pessoas que moravam naquela aldeia tinham simplesmente desaparecido do mapa, como se nunca tivessem existido e o lugar foi dado pelos exploradores como abandonado e amaldiçoado.

“Uma coisa que, assim como tantos aspectos da psique humana, não podia ser explicada racionalmente, mas que teimava em existir.”

Anos mais tarde colonos ingleses se mudaram para a cidade, mudando o nome dela para “Black Spring” e aí mais coisas terríveis aconteceram. Suicídios, pessoas matando crianças e alegando que tinha sido uma mulher na floresta que as ordenou que fizessem isso e então um grupo de religiosos foi até a floresta e voltaram de lá falando que tinham expulsado o demônio da mulher que morava na floresta e a acorrentaram, também costurando seus olhos e sua boca – apenas para morrerem dias depois do acontecido. E desde então, Katherine van Wyler fica perambulando pela cidade de Black Spring e conforme os anos foram se passando, eles foram fazendo mais regras para se adequarem a conviver com a bruxa.

Não se pode falar sobre a bruxa com pessoas que não são locais. Pessoas que se mudam para Black Spring nunca podem ir embora ou a maldição as atinge. O máximo possível para ficar fora da cidade são algumas horas antes que o efeito da maldição comece. Não se pode tocar na bruxa. E o mais importante de tudo: nunca, sob hipótese alguma, tente abrir os olhos e a boca de Katherine ou estará condenando a vida de todos na cidade.

“A humanidade já provou inúmeras vezes que tem uma tendência a atravessar barreiras que não deveria.”

Todos na cidade usam um aplicativo chamado HEXApp para informar qual foi o ultimo lugar em que a bruxa foi vista, para o caso de ter alguma pessoa que não mora ali, andando pela cidade, eles possam fazer o possível para esconder ela: e eles realmente fazem de tudo, desde colocar placas atrás da bruxa, sinalizando como se ela fosse uma atriz, um cartaz na entrada da cidade que fala para todos que ali tem uma bruxa, até porque, qual o melhor lugar para se esconder algo se não for assim, a vista de todos? É mais fácil desacreditar todos da existência de uma bruxa real, do que explicar todo o perigo – e correr o risco de mais pessoas morrerem por conta disso.

Então eles vivem assim, com varias burocracias acerca da bruxa e em um lugar onde nem ao menos se pode acessar internet direito porque tem um centro de controle na cidade que investiga todos os sites acessados pelos moradores, com medo de que o segredo sobre a bruxa acabe escapando de algum jeito e destruindo todos os moradores dali. O que é obvio que incomoda principalmente os jovens da cidade que mal podem fazer o que querem, viver como querem e ir embora daquele lugar sem serem afetados pelas maldições ou sem causar a morte de pessoas que eles não queriam de modo algum causar. E é bem por aí que a coisa começa a ficar feia.

“As pessoas acham esperança, consolo ou confiança ao fazer o sinal da cruz ou não andar embaixo de escada, assim como você encontra esperança e confiança oferecendo uma flâmula para a bruxa. A magia existe nas mentes daqueles que acreditam nela, não em sua verdadeira influência sobre a realidade.”

Como eu disse, tem muito que eu não posso falar sobre o plot principal do livro sem entrar em detalhes que vão estragar a história e explodir em spoilers porque, acredite em mim, esse é um livro que vale a pena ser lido SEM SABER o que vai acontecer. Eu tinha uma ideia de que as coisas dariam completamente erradas logo no inicio do livro por alguns acontecimentos e eu acho que muitas pessoas que leram concordariam comigo, mas eu sinceramente não posso falar muito além disso para não estragar a surpresa que vem por aí.

É um livro bem intrigante que tem uma história boa e principalmente bem contada e detalhada, todas os pequenos pedaços dela contam para fazer esse livro ser assim tão bom como é e tão interessante de ler, porque chega uma hora que você simplesmente não consegue parar porque quer saber o que vai acontecer no final de contas, o que vai levar aquilo tudo e eu não posso deixar de dizer que o final, embora um tanto aberto, foi perfeitamente bem feito e arrepiante de ser lido.

“Você sabe o que acontece com trilhas que deveriam levar garotinhos para fora da floresta.”

Eu indico muito que leiam esse livro se vocês gostam de um livro mais assustador, apesar de nem tanto assim. É um livro de terror sim, mas tem muitas coisas que deixam você (pelo menos foi o que aconteceu comigo) mais chocado do que verdadeiramente assustado e, acreditem quando eu digo, a bruxa é o menor dos problemas de Black Spring.

E aconselho que leiam também, assim que terminarem o livro, os agradecimentos do autor onde ele conta o que o levou a escrever esse livro, no que ele se inspirou, além de ser um tanto malvado ao falar que a versão original do livro, que ele escreveu primeiramente em holandês e que quando foi vendida para a editora americana teve algumas mudanças em cenas, tem um final completamente diferente – e que o único modo da gente ficar sabendo, é subornando alguém que tenha lido pra contar, porque ele não vai contar pra ninguém (Como eu disse, ele foi um pouquinho maldoso com isso).

Uma observação: no site oficial do autor, está avisando que estão trabalhando em uma série de TV do livro “Hex” com o roteiro sendo escrito por Gary Dauberman (que trabalhou em IT e Annabelle). Mas não tem mais nenhuma informação sobre a série além disso.

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