06.04

Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e… espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. “A Mulher Na Janela” é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.

“A Mulher na Janela” conta a história de Anna Fox, uma mulher que vive trancada em casa por conta de uma fobia, a agorafobia (que, pra quem não sabe, é um transtorno psicológico que está ligado fortemente a ansiedade e ataques de pânico, em que a pessoa tem uma fobia de não conseguir ficar em lugares muito abertos ou públicos), presa em seu próprio mundo. Tudo que ela precisa em questão de alimentos ela providencia por compras online, assim como medicamentos e tudo mais, só convivendo fisicamente com mais três pessoas: David, o inquilino que mora no porão dela, Dr. Fielding que é o psicólogo e Bina, a fisioterapeuta. Até mesmo trabalhar ela faz remotamente, trabalhando em um site onde ela conversa e ajuda outras pessoas que tem problemas psicológicos, afinal, ela é formada em psicologia infantil.

“Como médica, digo que o paciente precisa estar num ambiente que ele seja capaz de controlar. Essa é a minha avaliação clínica. Como paciente, digo que a agorafobia não veio para destruir minha vida: ela agora é a minha vida.”

A vida de Anna se resume em trabalhar nesse site ajudando pessoas, jogar xadrez online, assistir filmes antigos e espionar seus vizinhos com a sua câmera, sempre gravando as rotinas deles e sabendo tudo que fazem. Até que um dia, a família Russel (Alistair, Jane e o filho adolescente deles, Ethan) se muda para a casa do outro lado da rua e ela começa a ficar mais e mais curiosa sobre eles, sobre como são e o que fazem da vida. Ela acaba sendo visitada por Ethan, a mando de sua mãe e em uma noite de Halloween ela conhece a própria Jane, que a ajuda em um momento em que ela tem um ataque de pânico.

Anna tem um sério problema que é não seguir direito o tratamento para a agorafobia – e ela mesma assume isso em vários pontos do livro: que ela não toma os remédios direito, ás vezes ela toma demais ou se automedica, além de misturar eles constantemente com vinho, algo que é obvio que não devia ser feito. Então em uma dessas noites de bebedeira, ela acorda e vê pela janela um dos membros da família Russel ser assassinado na sala sem conseguir ver o assassino, e é ai tudo começa realmente a mudar. Afinal, aquilo realmente aconteceu?

“– Você pode passar anos com um paciente e ainda se surpreender com ele – disse pouco depois de apertar minha mão pela primeira vez, os dedos encardidos de nicotina.
– Como assim? – perguntei.
Ele se dirigiu para a mesa, correu a mão pelo cabelo e disse:
– Você pode ouvir as confidências de uma pessoa, os medos dela, as carências, mas não se esqueça de uma coisa: tudo isso existe em meio aos medos e segredos de outras pessoas, as que dividem o mesmo teto com ela. Conhece aquela frase que diz que todas as famílias felizes são iguais?
– Guerra e paz – falei.
– Anna Karenina. Mas não importa. O que importa é que está errado. Nenhuma família, feliz ou infeliz, é igual à outra. Aliás, Tolstoi falou muita bobagem. Lembre-se disso.”

Quando a Virna me indicou esse livro, ela disse que ele era a minha cara e que tinha certeza que eu ia adivinhar as coisas, assim como ela também fez e realmente foi. Tem duas coisas no livro que são um mistério: o passado de Anna e o que realmente aconteceu aquela noite, se é que aconteceu alguma coisa – e se aconteceu, quem foi o responsável por aquilo. De cara eu decifrei o que tinha acontecido no passado de Anna, o que fez ela se tornar agorafobica, o motivo pelo qual ela fica longe até mesmo da família dela e porque não os vê apesar de falar com eles.

Agora sobre o mistério na linha temporal presente do livro sobre o que aconteceu e quem foi o responsável por aquilo, eu confesso que levei um pouco mais de tempo – e um pouco antes do final e de ser tudo revelado foi que eu entendi tudo realmente e eu não posso me aprofundar muito para falar sobre esses dois mistérios, porque acabaria entregando tudo e estragando a magia que envolve você se conectar com o livro e ir descobrindo por si só o que é real e o que não é.

“Às vezes fico pensando em muitas coisas diferentes ao mesmo tempo. É como se tivesse um cruzamento no meu cérebro e todo mundo estivesse tentando atravessar ao mesmo tempo.”

Uma das coisas que eu mais gosto em livros em primeira pessoa, é algo que acontece nesse livro: apesar de já ter uma noção mesmo do que aconteceu, a confirmação só veio quando a própria Anna teve certeza de tudo sobre aquela noite, e também sobre o passado dela, porque ela guarda segredos até dela mesma, então nós como leitores, só conseguimos ver e ter a mais absoluta certeza daquilo que ela nos mostra: as conversas que ela tem com os pacientes do site, com a fisioterapeuta e o psicólogo, as coisas que ela vê os vizinhos fazendo, os filmes que ela assiste e as falas que ela sabe decoradas já, tudo são pequenos fragmentos de tudo que ela guarda mesmo dentro de si.

E, considerando que ela muitas vezes está dopada por causa da mistura de remédios com bebida, todas as vezes que ela duvida dela mesma, também acabam criando certa duvida em quem está lendo. Será que isso aconteceu de verdade? Será que a Anna não criou tudo na cabeça dela levada pela bebida que tinha ingerido e pelos filmes que estava assistindo? Tudo, tudo mesmo, só se tem confirmação no momento em que a própria Anna tem a confirmação.

“Qual será o problema dessa casa? É nela que o amor se instala para morrer.”

Esse livro me lembrou muito de um filme chamado “Paranoia” com o Shia LaBeouf, em que ele está em prisão domiciliar, fica espionando os vizinhos e tem certeza que um deles é um assassino em série, apesar de ninguém acreditar nele.

Eu indico bastante esse livro pra quem, como eu, gosta de um suspense psicológico, de tentar adivinhar o que vai acontecer no final, porque eu tenho certeza que não vão se arrepender.

Vale mencionar também que a Fox comprou os direitos de “A Mulher na Janela” para fazer um filme e ele vai ser dirigido por Joe Wright, que dirigiu “Orgulho e Preconceito”, “Anna Karenina” e “O Destino de uma Nação” (que concorreu ao Oscar de melhor filme esse ano). Vamos cruzar os dedos que venha uma boa adaptação por aí!

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