02.02

Palm Springs (2020)

Direção: Max Barbakow

Elenco: Andy Samberg, Cristin Milioti, J.K. Simmons

Gênero: Comédia

Sinopse: Durante o casamento de sua irmã (Tala, interpretada por Camila Mendes), Sarah (Cristin Milioti) testemunha a estranha perseguição sofrida por Nyles (Andy Samberg), um dos convidados com quem ela estava passando momentos bastante agradáveis. Ao seguí-lo para dentro de uma caverna, a dama de honra se vê presa num loop temporal do qual apenas eles parecem ter ciência, vivendo o mesmo dia de novo e de novo.

Tudo se complica quando ela descobre que Nyles está preso há muito mais tempo do que ela e não faz a menor ideia de como sair dali.

Vá ao Google. Procure uma comédia leve, divertida, romântica pra passar o tempo com aquele amigo ou namorado de forma descontraída num sábado à tarde. ‘Palm Springs’ é esse filme. Estrelado por Andy Samberg e Cristin Mioliti, com participação mais que especial de J.K. Simmons, a trama acompanha um homem que está preso num loop temporal na cidade título e todos os dias vai ao mesmo casamento, com as mesmas pessoas, que fazem as mesmas coisas e… Bom, todo mundo já entendeu.

Partindo de uma premissa já conhecida do grande público, o filme de  Max Barbakow não perde tempo pra explicar pormenores de como, quando ou porque nosso protagonista se encontra nessa situação e parte pra questão mais importante: o que muda no momento que mais uma pessoa é inserida nesse cotidiano(?) imutável. Em mais um 9 de novembro, igual a todos os outros, Sarah segue Nyles até uma caverna e no dia seguinte acorda no mesmo dia. A partir daí, tenho por única companhia um relutante, apático e conformado Nyles, ela tenta acabar com o looping e voltar a vida normal. 

Com situações de sitcom e comédias do gênero, o filme então começa a explorar melhor os personagens e ficar mais profundo – apesar de nunca mais sério. Como cada pessoa reage às adversidades? Como superar uma situação impossível? É possível se conformar sem desistir? O quanto de si mesmo é perdido para as situações em que o ser humano é colocado? Como construir relações significativas em meio ao caos? Como manter essas relações na divergência? Qual o papel do outro em nossas escolhas de vida? Qual a importância do próximo em nossas atitudes?

Muito filosófico? Sim. Temos aqui vários olhares sobre o psicológico humano e suas estratégias de sobrevivência. E daí a pergunta mais importante se sobrepõe: mas isso não era uma comédia de fim de tarde? A resposta se mantém num sonoro e expressivo SIM! O filme é sobre escolhas, e deixa inclusive o espectador escolher se quer aprofundar os conceitos do filme ou curtir seu humor inteligente, seu romance fofo e seu roteiro clichê sem maiores preocupações. 

 De uma forma ou de outra, vale a pena. Num ano como 2020, em que o mundo do Cinema e do Entretenimento sofreu com escassez de produções, Palm Springs é um refresco muito bem vindo, que se entende como narrativa, capaz de tirar o melhor de seus atores e roteiro, sem comprometer sua proposta e mantendo o nível de seus diálogos com firmeza e graça. Algo raro em qualquer época. 

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