Trecho de “O Rei dos Ladrões” para Reactor Magazine
E veio aí mais um trecho de “O Rei dos Ladrões”! O livro, que é o segundo de “As Crônicas de Castellane” será lançado lá fora dia 04 de março, com previsão apenas para o segundo semestre desse ano aqui.
Vocês podem garantir a cópia de vocês do livro em capa dura com sua primeira edição em inglês AQUI.
Agora vem ver a tradução feita pela nossa equipe:
Leia um trecho de “O Rei dos Ladrões” escrito por Cassandra Clare Estamos animados para compartilhar com vocês um trecho de “O Rei dos Ladrões”, o segundo livro de “As Crônicas de Castellane” – publicado pela Del Rey em 4 de março.
Kel Saren, duble de corpo de Conor, o príncipe regente da estonteante cidade de Castellane, é pego no meio de dois mundos. Em ordem de proteger seu amado príncipe, Kel precisa encontrar os responsáveis culpados pelo massacre no castelo real – e todas as pistas estão com O Rei dos Ladrões, o notório criminoso que governa o submundo de Castellane. A trilha que Kel segue o leva de volta para a Colina, onde entre nobres decadentes e festas brilhosas uma conspiração para destruir a família real tomou conta – uma conspiração liderada pelo monstruoso Artal Gremont, o homem noivo da mulher que Kel adora.
Enquanto isso, Lin Caster precisa lidar com as consequências do maior risco que ela já tomou. Para salvar a vida de uma amiga que está morrendo, Lin declarou falsamente ser a Deusa Renascida, a legendaria heroína destinada a salvar seu povo. Agora o assustador – mas estranhamente magnético – líder de seu povo chegou para testar seus poderes. O preço de falhar é o exilio e apenas com sua aliança com O Rei dos Ladrões ela consegue continuar acessando uma magia que pode salvá-la.
Então o Principe Conor reaparece em sua vida, exigindo que ela use seus poderes de cura para seu pai, o Rei, melhorar da loucura. Lin logo percebe que o Rei está preso por uma antiga e terrível magia, uma cuja atração ela não consegue negar, não mais do que pode negar sua paixão crescente por Conor.
À medida que as tensões latentes em Castellane atingem um nível febril, Lin e Kel devem decidir em quem confiar quando qualquer movimento em falso significa morte – ou pior.
E o trecho:
Kel chegou ao Caravela sozinho em Asti. Ele deixou Conor na Torre Estelar, cercado por Lilibet e Mayesh, ainda terminando os arranjos para a chegada da Princesa Kutani. “Imagino que Montfaucon ficará aborrecido por eu não estar lá”, Conor falou, mesmo que não parecesse muito incomodado com isso. “Mas isso é mais importante.”
Kel se sentiu estranhamente desolado ao descer a Colina montado em Asti, seu cavalo favorito. Em muitos aspectos, era melhor, disse a si mesmo, ter um Conor que considerasse as suas responsabilidades mais atraentes do que os seus prazeres. E ainda assim – Kel sentia falta dele, especialmente com a perspectiva de passar uma noite com os nobres da Colina à sua frente. Conor era o único daquele grupo de quem ele realmente gostava — exceto Falconet, às vezes.
Kel decidiu aproveitar a noite clara e brilhante de qualquer maneira. As estrelas eram uma rede prateada de pescador lançada pelo céu; o ar estava parado, translúcido o suficiente para que ele pudesse ver o perfil escuro do Orfelinat, sua primeira casa, empoleirado no penhasco acima do oceano.
Encontrou a Caravela acesa, janelas e portas abertas, sons de alegria espalhando-se pela rua. Os transeuntes observaram curiosos enquanto Kel deixava Asti com os lacaios e entrava. Querendo saber quem ele era, sem dúvida: um nobre, até mesmo um membro das Frotas? Ou talvez tivessem notado as cores Marakandi: calças de veludo verde, camisa de seda verde-pastel e colete estampado cravejado de pedras verdes — embora não fossem esmeraldas verdadeiras, apenas pedras coloridas. Falsas como o seu nome, a sua relação com o Palácio.
O interior do Caravela foi decorado com as cores da Casa Montfaucon, que por acaso eram prata e violeta. As cortesãs usavam versões da libré Montfaucon e suas pálpebras eram coloridas com lavanda metálica. Elas dispararam entre os convidados com bebidas e comida, arrastando lenços prateados. Montfaucon, vestido de seda moiré roxa, movia-se no meio da multidão, claramente em seu elemento: cumprimentando alguns, esnobando outros. Como se tratava de sua própria lista de convidados, Kel só podia presumir que Montfaucon os havia convidado para desprezá-los, o que parecia mesmo algo de que ele gostaria de fazer.
Kel deixou seu olhar vagar pela multidão e viu apenas rostos familiares, exceto algumas cortesãs. Já fazia muito tempo que não visitava Caravela, percebeu. Quase quatro meses. A sensação do lugar era estranha para ele agora, de uma forma que ele não conseguia descrever. No palco, um grupo de trabalhadores construía uma espécie de estrutura de madeira que Kel não conseguia identificar.
Kel passou o olhar pela sala e viu rostos familiares da Colina; a maioria já parecia ter aproveitado bem o vinho abundante oferecido. Ele não viu Ji-An ou Jerrod em lugar nenhum, mas viu Merren conversando com Alys em um sofá vermelho. Kel fez o possível para não olhar para eles muito de perto – um objetivo facilitado quando Ciprian Cabrol e Joss Falconet se aproximaram dele. Ambos carregavam taças de prata com um licor leitoso. Joss usava veludo preto, Ciprian um cinza modesto que não combinava com ele.
“O que estão construindo no palco?” Kel perguntou, tentando parecer relaxado e despreocupado.
“Talvez ele queira exibir esta Serpente Cinzenta contra algum tipo de cenário fantasioso”, Joss falou. “Montfaucon sempre teve um lado teatral.”
“Esta é realmente a sua estreia?” Kel perguntou. “Montfaucon nunca o trouxe para um jogo de cartas antes?”
Ciprian balançou a cabeça. “Montfaucon nunca foi tão reservado sobre um amante antes.”
Era estranho, pensou Kel, como Ciprian falava de todos eles com tanta familiaridade, como se sua família sempre tivesse estado na Colina.
Joss tomou um gole de sua taça, os olhos escuros pensativos. “Aparentemente, ele era lutador de Arena, antes de ser proibido. Ele matou tantos em combate que começaram a chamá-lo de Serpente Cinzenta, porque ele enviava almas para o submundo.”
Ciprian franziu a testa. “Com licença. Devo arrancar minha irmã Beatris das garras de Esteve. Ele constantemente a encurrala e lhe dá aulas sobre cavalos.”
“Para Esteve, essa é a linguagem do amor”, disse Kel; Ciprian fez uma cara de desgosto e abriu caminho no meio da multidão.
Joss sorriu. “Prefiro esses novos comerciantes de tintas aos antigos. Eles são mais divertidos.”
Kel ergueu uma sobrancelha. “O quê, você não sente falta de Charlon?”
“Tive ferimentos penetrantes nas pernas que senti mais falta do que Charlon”, disse Joss sem rodeios. “E os Cabrols parecem ter se instalado sem problemas. É preciso admirar a crueldade.”
Kel olhou para Ciprian, que estava com o braço em volta do ombro da irmã – ela estava toda vestida de branco e amarelo, como uma margarida – e olhava furioso para Esteve. Atrás dele, alguém começou a tocar um alaúde desafinado. A sala estava lotada, o barulho da construção no palco era ensurdecedor. Kel percebeu um vislumbre de cabelos ruivos no meio da multidão e pensou por um momento: Lin? Mas é claro que não era ela. Era Silla, usando apenas vários lenços violetas e prateados bem amarrados. Ela parecia o desenho de uma fada do mar, deixando um rastro na espuma das ondas. Ela acenou para Kel com um dedo torto, a cabeça inclinada para o lado.
“Vejo que você precisa ir”, diz Joss. “O que é uma pena. Eu ia perguntar quando a Princesa Kutani chega.”
“Algumas semanas, eu acho. Ela já está a caminho, mas é uma viagem e tanto por mar.” Kel hesitou. Ele não queria ser distraído por Silla, mas também não podia insistir muito com Falconet na questão da Serpente Cinzenta. Isso só traria suspeitas. Ele também não queria iniciar uma conversa sobre o noivado de Conor. “Se você me der licença?”
Falconet olhou para Silla e sorriu como se entendesse. “Claro. Quem sou eu para bloquear o caminho do amor jovem?”
Kel bateu com a mão no ombro de Falconet e foi para o meio da multidão. Amor jovem. Silla e ele sempre tiveram relações comerciais, é claro, mas amor e comércio eram quase a mesma coisa na Colina. Não fazia sentido ficar irritado com Falconet por causa disso.
Ele alcançou Silla, passando por Gasquet, que estava esparramado em uma cadeira macia, com um belo jovem sentado no braço. Kel se perguntou se Montfaucon havia convidado todos os membros das Famílias da Concessão; certamente ele não poderia imaginar que Lady Alleyne ou Lady Gremont comparecessem. Lady Gremont era idosa e respeitável, e Lady Alleyne só tinha amantes ricos. Ambas teriam se sentido obrigadas a parecer chocadas com a devassidão da Caravela, embora Kel pudesse apostar que ambos tinham visto coisas mais escandalosas em suas vidas.
Kel percebeu com surpresa que havia esquecido de tirar as luvas quando Silla fez uma círculo com o polegar e o indicador em volta do pulso dele, onde a pele estava nua. Ela olhou para ele por baixo dos olhos pintados de prata e violeta. Ela havia usado a tinta de forma inteligente, criando a ilusão de uma máscara brilhante. “Venha”, ela disse. “Eu quero falar com você.”
Ele deixou que ela o conduzisse para fora da sala. Ao saírem, Kel teve um vislumbre de Montfaucon, que parecia ter se inserido na conversa entre Esteve e Beatris, mas não havia ninguém com ele que pudesse ser um ex-gladiador chamado Serpente Cinzenta. Onde Montfaucon o estava escondendo?
“Você está distraído”, disse Silla. Um pouco de aspereza cortou o mel de sua voz. “E já faz muito tempo que não vejo você.”
Ela os conduziu até uma das alcovas forradas de veludo no coração do Caravela. Cada uma das câmaras não era maior que um armário, mas eram todos estofados de pelúcia, com paredes macias e uma espreguiçadeira almofadada. Montfaucon costumava brincar sobre esses quartos, dizendo que eram para clientes que não tinham dinheiro nem compromisso de levar uma cortesã para cima.
Silla fechou a cortina transparente da entrada da alcova e se virou para Kel. As velas violetas emitiam uma luz avermelhada, aprofundando as sombras. “Senti sua falta”, disse ela, segurando as mãos dele e colocando-as nos quadris. “Você sentiu minha falta?”
Seus dedos enluvados deslizaram sobre o tecido dos lenços dela reflexivamente. Era estranho tocá-la e não a tocar ao mesmo tempo. Ele podia sentir a forma dela, mas não a textura. Ele deixou suas mãos viajarem, o couro contra a seda, o corpo dela curvando-se sob suas mãos. Quando ele a beijou, ela já estava inclinada para ele.
Kel estava acostumado a se perder num beijo, num toque. O prazer que o apanhava, obscurecendo as bordas do pensamento e da memória. Ele ficou chocado agora com o quão distante esse sentimento parecia. Ele estava ciente do toque de Silla, de seu gosto, mas também consciente do fato de que uma de suas botas estava amarrada com muita força e ele estava com torcicolo no pescoço.
Seus pensamentos se dispersaram, seguindo caminhos diferentes: Será que ele estava perdendo a chance de colocar os olhos na Serpente Cinzenta? Ji-An e Jerrod estavam lá fora com a carruagem como prometido? Deveria ter deixado Merren, que deveria estar com eles, sozinho? Obviamente, ele tinha sua irmã, mas—
Silla recuou, olhando para ele. A tinta prateada formava meias-luas em suas pálpebras abaixadas enquanto ela dizia: “Há algo errado. Kel, eu te conheço. Não pense que não te conheço. Eu fui sua primeira garota.”
“E você sempre será isso”, disse Kel. Ele ainda estava com as mãos na cintura dela. Ele poderia muito bem estar segurando um tronco. Ele a soltou e deu um passo para trás.
“Isso é por causa do Príncipe?” ela perguntou, passando os dedos com pontas lilases pelos cabelos ruivos. “Eu sabia naquela noite que não deveria ter voltado com ele, que você dividia o quarto com ele, mas –”
Kel levou um momento para lembrar do que ela estava falando. Na manhã seguinte à festa de Roverge, Silla saindo da cama de Conor de madrugada.
Ele encolheu os ombros. “Você toma suas próprias decisões. Você não me deve nada.”
“Eu gosto de você”, ela disse. “Para a maioria dos clientes, é uma transação. Um investimento. Mas você…” ela suspirou. “Suponho que você não vai acreditar em mim, mas o Príncipe não… ele não queria de mim o que a maioria dos homens ou mulheres querem. Ele pediu apenas que eu estivesse lá e ficasse em silêncio. Ele nem falou muito para mim. Só fui dormir e observei ele até dormir também.”
Kel suspirou. “Silla, você não vê, é isso que torna tudo estranho para mim. Essas coisas são privadas de Conor. Ele não gostaria que eu soubesse.”
“Ele me chamou por um nome que não era o meu”, disse Silla. Um pouco da pintura metálica em seu rosto estava manchada; lágrimas prateadas pareciam escorrer de seus olhos.
Kel ergueu a mão. “Eu não quero saber.” Isso não era inteiramente verdade, mas ele já havia feito o suficiente nas costas de Conor nos últimos meses. Ele também não queria isso em suas costas.
Silla suspirou. “Eu costumava te entender.”
Kel quase disse eu costumava me entender. Estava na ponta da língua — e então uma mão puxou a cortina da alcova para o lado e Kel se viu olhando para o rosto de Antonetta Alleyne.
Ela estava muito pálida, quase como se tivesse passado talco na pele, como faziam algumas das mulheres mais velhas da Colina. Mas havia manchas coloridas em suas bochechas quando ela olhou de Kel para Silla e disse: “Oh, meu Deus, estou tão envergonhada”.
Silla passou a mão pela frente do colete de Kel. “Você poderia se juntar a nós, Senhorita.”
Antonetta deu uma risada tímida; apenas Kel conseguia ver o brilho nos olhos dela. “Meu Deus”, disse ela. “Que chocante. Vou ter que contar para Magali. Ela vai desmaiar possivelmente.” Ela acenou para eles vagamente. “Continuem”, ela disse, e desapareceu da alcova.
Kel praguejou e tirou delicadamente a mão de Silla do colete. Os pensamentos sobre a Serpente Cinzenta fugiram momentaneamente e ele disparou atrás de Antonetta.
Ele a alcançou no corredor estreito revestido de madeira que levava de volta às salas principais. Quando ele chamou o nome dela em voz baixa, ela não se virou. Ele correu na frente e se plantou na frente dela, bloqueando seu caminho.
“Ana”, disse ele. “Me escute –”
Assumindo um olhar de impaciência, ela cruzou os braços sobre os peitos e olhou para Kel com um olhar fixo. Ele não pôde deixar de olhar de volta. Ele não esteve tão perto dela desde a noite terrível na Galeria Brilhante. Ela não se vestiu com as cores de Montfaucon; ela usava seda escarlate como uma bandeira de rebelião, e fitas vermelho-escuras foram tecidas através da pesada massa de seu cabelo dourado e encaracolado.
“Antonetta”, disse ele. Ele estava perto o suficiente para sentir o perfume dela, para ver o sempre presente medalhão aninhado na cavidade de sua garganta. O medalhão que continha o anel de grama que ele lhe dera quando eram crianças. Ele podia ouvir seu próprio sangue pulsando em seus ouvidos. “Eu não pensei que você estaria aqui esta noite.”
“Agora sou uma mulher comprometida, Kel Anjuman”, disse ela levemente. “Tenho mais liberdade. Não preciso temer o desprezo da sociedade, apenas o do meu futuro marido – e ele não está aqui.”
“Isso nem sempre será verdade”, disse Kel. Quase não se lembrava de Artal Gremont; ele só o vira quando era criança, antes de Gremont ser exilado de Castellane. Ele era um homem grande, com mãos achatadas. Quando Kel imaginou aquelas mãos em Antonetta — seguindo a elevação de seus seios, a curva de sua cintura, grandes dedos carnudos cravando-se em sua carne coberta de seda — ele teve vontade de vomitar. Mas sabia que Alys o faria pagar por isso se ele estragasse o carpete dela.
“Eu sei disso”, disse Antonetta bruscamente. “Saberei quando ele colocar os pés na Colina. Acredite em mim. Até então…” Ela olhou ao redor. “Eu posso muito bem ver o mundo.”
“Este não é o mundo. ” Kel ainda estava olhando para ela; ele não conseguia parar de olhar para ela. Era como não conseguir parar de comer quando você estava morrendo de fome. Claro, pessoas morreram por fazer isso. “Este é um lugar de…”
“Desejo?” ela disse levemente.
Kel balançou a cabeça. “Solidão.”
Ela desviou o olhar.
“Antonetta.” Ele deu um passo em direção a ela. “Não vamos ficar com raiva um do outro. Você não precisa se casar com Gremont–”
“Sim”, ela disse, e para sua surpresa, ela parecia zangada. Ele estava acostumado com Antonetta rindo, desdenhosa ou mesmo arrogante; raiva era novidade. “Eu preciso. Você sabe como as coisas são para Conor. Ele deve se casar com quem for escolhido para ele. Para mim, não é diferente. Duas Concessões serão unidas. Ele defenderá a Concessão do chá e eu defenderei a Concessão da seda, e juntos controlaremos ambas. Isso é tudo com que minha mãe se importa.”
“Conor poderia acabar com isso”, disse ele. “Ele poderia libertar você—”
Ela estava usando luvas de seda branca. Suas mãos se apertaram com força, dois pássaros brancos e imóveis. “Não vou implorar por ajuda.”
Mas você perguntou a ele. Eu sei que sim. Embora não tenha sido Conor quem ela perguntou. Tinha sido Kel, portando seu talismã, fingindo ser Conor. Como era seu dever. E ele respondeu como achava que Conor teria respondido, porque responder como ele mesmo não era uma escolha.
Mas Conor mudou desde então. “Vou pedir por você, então.”
O olhar que ela deu a ele estava cheio de ferocidade. “Você não deve fazer tal coisa”, disse ela furiosamente. “Eu quero me casar com Gremont? Não. Se eu escapar do casamento com ele, o próximo homem que minha mãe escolher será igualmente ruim? Provavelmente.” Vozes elevaram-se na sala principal – uma espécie de alegria que quase abafou a voz de Antonetta. “A Concessão da Seda deveria ser minha por direito. Se a única maneira de minha mãe me dar isso for eu me casar, então ele se sairá tão bem quanto qualquer outro.”
“Ele não é um bom homem”, disse Kel. “É por isso que ele foi exilado.” Ele queria contar a ela qual foi o crime de Gremont, mas jurou a Merren que não falaria sobre o que havia acontecido com sua irmã.
“Eu sei. De todas as pessoas” acrescentou ela em voz baixa “Pensei que você, pelo menos, não me considerasse completamente tola.”
Uma sensação de desespero tomou conta dele. Ela estava tão perto que ele podia ver seu pulso batendo em sua garganta, o subir e descer de seu medalhão com suas respirações rápidas, mas ela parecia tão distante como jamais esteve.
“Você finge ser tola”, disse ele. “É a sua armadura.”
Ela levantou a cabeça e olhou para ele, seus olhos azuis tão escuros que pareciam pretos na luz fraca. “Todos nós temos armadura”, disse ela. “Como se você não tivesse a sua, Kel Anjuman.”
Ele se engasgou com as palavras que não conseguia dizer. Eu sou a armadura do Príncipe. Eu não posso ter a minha própria.
“Antonetta—”
Ela deu um passo para trás. “Você não é meu pai, nem irmão ou amante”, disse ela. “Você não tem direitos aqui.”
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Aqui no Brasil, os livros dos Caçadores de Sombras são publicados pela Editora Galera Record. Até o momento, não temos informações sobre os 4 livros da campanha do Kickstarter, nem sobre a publicação de “The Wicked Powers” (“Os Poderes Perversos”, em tradução livre) e nem sobre a recém-divulgada duologia “In Fire Forefold” (“No Fogo Anunciado”, em tradução livre).
O terceiro e último volume da trilogia “As Maldições Ancestrais”, também conhecida como trilogia Malec, se chamará “O Volume preto dos Mortos” e será publicado entre os livros de “The Wicked Powers”, confirme já falado por Cassie.
Os 3 livros de “The Wicked Powers” se chamam: “The Last King of Faerie” (“O Último Rei das Fadas”, em tradução livre), “The Last Prince of Hell” (“O Último Principe do Inferno”, em tradução livre) e “The Last Shadowhunter” (“O(A) Último(a) Caçador(a) de Sombras”, em tradução livre).
Fonte: [x]