24.01

Nessa coluna vamos falar sobre filmes adaptados de livros, mas é importante ressaltar que NÃO temos o propósito de COMPARAR as obras e, portanto, o filme será avaliado como uma obra audiovisual independente do material de origem. Se quiserem sugerir filmes para as próximas colunas, temos o [email protected] para você. Apenas escreva no assunto para qual coluna quer dar dicas

Vou começar com uma coluna “dupla” – mas não acostumem! Como essa semana (amanhã, pra ser exata) estréia MazeRunner: Cura Mortal nos cinemas, resolvi falar um pouquinho sobre os dois primeiros filmes baseados nos livros homônimos de James Dashner, MazeRunner: Correr ou Morrer e MazeRunner: Prova de Fogo.

MazeRunner: Correr ou Morrer

Data de lançamento: 18 de setembro de 2014

Direção: Wes Ball

Elenco: Dylan O’Brien, Will Pouter, Aml Ameen, +

Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico, o jovem Thomas (Dylan O’Brien) é abandonado em uma comunidade isolada formada por garotos após toda sua memória ter sido apagada. Logo ele se vê preso em um labirinto, onde será preciso unir forças com outros jovens para que consiga escapar.

O primeiro filme da agora trilogia dirigida por Wes Ball começa literalmente ‘jogando’ o espectador num mundo estranho. Sem nem mesmo créditos iniciais de ambientação, é óbvio ointuito de fazer com que nos sintamos tão perdidos quanto Thomas (Dylan O’Brien). A “estratégia” funciona até a decisão em que todo filme de fantasia e/ou ficção científica tem que fazer: como apresentar aquele novo universo pra quem assiste.

Infelizmente o roteiro toma o rumo mais fácil. Com personagens secundários estrategicamente colocados pra explicar conceitos e nomes de maneira quase burocrática, boa parte do primeiro ato é quase uma aula. Só faltam os slides.

A boa notícia é que depois disso, o filme dá uma deslanchada e acelera o ritmo. Com uma combinação de suspense e ação, as cenas no Labirinto são de longe as melhores do longa. Os conceitos visuais podem não ser completamente inéditos, mas o diretor ao menos é competente nas tomadas em que nossos heróis estão correndo para não morrer – se me perdoam o trocadilho…

Outro acerto do projeto é seu elenco. Ao trazer talentos como KayaScodelario, Will Poulter e Thomas Sangster (Teresa, Gally e Newt, respectivamente), os produtores cercam o protagonista de boas atuações e rostos que o público pode não conhecer de nome, mas que “já viram em algum lugar”. Mas uma história é tão boa quanto seu protagonista e Dylan O’Brien consegue carregar o enredo com desenvoltura. Mesmo onde a falta de experiência fica evidente, o carisma do ator mantém o espectador firme na cadeira até o fim da projeção.

O filme se encerra com algumas reviravoltas que podem parecer confusas, mas que já estamos acostumados: é a velha tática de não se encerrar o filme em si mesmo em nome de que uma franquia seja estabelecida… Nesse caso, funcionou. Pra quem gostou, o anúncio dos segundo e terceiro filmes garantiram a continuidade. Agora só resta esperar que a história seja conduzida de forma digna.

MazeRunner: Prova de Fogo

Data de lançamento 17 de setembro de 2015

Direção: Wes Ball

Elenco: Dylan O’Brien, Ki Hong Lee, Kaya Scodelario, +

Sinopse: Após escapar do labirinto, Thomas (Dylan O’Brien) e os garotos que o acompanharam em sua fuga da Clareira precisam agora lidar com uma realidade bem diferente: a superfície da Terra foi queimada pelo sol e eles precisam lidar com criaturas disformes chamadas Cranks, que desejam devorá-los vivos.

‘Prova de Fogo’ realmente eleva todos os conceitos de seu antecessor a outros níveis: mais ação, mais terror, mais personagens, mais locações e muito, muito mais corrida.

Pegando a trama exatamente onde foi deixada no primeiro, vemos nosso grupo de heróis numa base rebelde que luta contra aqueles que os aprisionaram no Labirinto, a fatídica C.R.U.E.L.. Ou pelo menos, é o que se acredita a princípio…

Nada poderia ser tão fácil – ou não teríamos história para mais um filme, que já havia sido confirmado então – e descobrimos que aquelas pessoas na verdade trabalham para a organização da qual eles vêm fugindo desde o início e daí, a única coisa a se fazer é: continuar fugindo. O que dá início a maior “corrida de obstáculos” já vista na história do cinema.

Primeiro escapar do complexo onde se descobrem aprisionados, depois sobreviver ao deserto pra enfrentar infectados em diversos níveis de transformação e inteligência somente para dar de cara com rebeldes que não são exatamente confiáveis e ainda por uma chuva de raios designada apenas para atormentar o grupo. UFA…

Pro bem ou pro mal, esse é o ponto alto do filme: com um orçamento bem maior que o anterior e uma direção de cena impecável, as cenas de ação, sejam em ambientes extremamente expostos como o deserto ou nos corredores de um túnel mal iluminado, Ball consegue equilibrar o suspense e a ação de forma magistral, criando tensão o suficiente no expectador sem que isso afete pequenos momentos de alívio onde se criam novos laços entre os personagens.

A questão é que a trama se perde pra ação, os personagens são superficiais e parecem simplesmente seguir a filosofia de “segue o baile”. Thomas se torna líder por pura determinação: sem nunca realmente parar pra avaliar suas decisões, conduz o grupo com um misto de instinto e carisma – o segundo, atribuo muito mais ao ator do que ao personagem que de convincente apenas tem o fato de que está “cansado de correr”. Os coadjuvantes cercam o líder com suas funções bem determinadas – o nerd, o sensato, o leal, a garota nova, etc e insistem em perguntar ao seu líder vacilante “qual o plano”. Obviamente, nunca temos a resposta pra essa pergunta.

Duas exceções devem ser feitas ao parágrafo acima, entretanto: Teresa, interpretada por Kaya Scodelario, é de longe o ser mais interessante da trama. Sendo a única que teve a memória restaurada, se mostra uma personagem complexa e muito mais profunda que seus amigos ao tomar decisões contrárias as que sua expressão demonstra. A atriz merece elogios por sua atuação em deixar claro que as atitudes que Teresa que toma são baseadas numa crença de que elas são feitas em nome de algo maior que si mesma. E AidenGillen é uma excelente adição ao elenco. Apesar de encarnar um vilão extremamente maquiavélico, é sempre delicioso vê-lo exalar seus olhares sarcásticos e voz arrastada na tela.

O filme não é maçante, longe disso. É extremamente ágil e demonstra muita força para esse último episódio que está para estrear seja melhor que seus antecessores.Apenas espero que eles foquem mais nessa força de seus personagens que no quão rápido eles conseguem correr.

 

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