Resenha: O Crematório Frio: um relato de Auschwitz – József Debreczeni
Oi, pessoal! Hoje vim falar para vocês sobre um livro importantíssimo que li. O Crematório Frio é um banho frio e um choque de realidade extremamente necessário. Um relato em primeira pessoa de alguém que viveu os horrores do Holocausto e nos conta, pessoalmente, tudo o que viveu.
Para quem gosta de estudar sobre a segunda guerra, como eu, é uma leitura indispensável.
Ao saltar do trem, um grupo de judeus é direcionado a dois caminhos: à esquerda, aqueles julgados sem serventia, imprestáveis para o trabalho forçado, que seriam executados em menos de uma hora; à direita, os que seriam encarcerados e escravizados, cujos corpos seriam destituídos de qualquer tipo de humanidade ― mas que seguiriam vivos. József Debreczeni foi um dos que tiveram “sorte”. Passou doze meses atrozes de servidão em uma série de campos de concentração, terminando no Crematório Frio, como era chamado o hospital de Dörnhau, onde os prisioneiros fracos demais para trabalhar eram deixados para morrer.
Publicado originalmente em húngaro em 1950, O crematório frio nunca fora traduzido devido às hostilidades da Guerra Fria e do antissemitismo. Passaram-se mais de sete décadas até este livro ser vertido em quinze idiomas, finalmente inserindo-o no rol das grandes obras da literatura sobre o Holocausto.
Debreczeni obriga o leitor a imaginar seres humanos em circunstâncias impossíveis de compreender intelectualmente, revelando-nos uma sociedade assombrosa. Como ressalta o posfácio de Michel Laub à edição brasileira, este relato é um registro histórico ― mas que, em tempos sombrios de extremismo político, faz também as vezes de uma súplica: que o passado não volte a se repetir.“Um testemunho poderoso e profundamente humano sobre o horror dos campos de concentração.” ― Karl Ove Knausgård
“Uma contribuição crucial para a literatura sobre o Holocausto, um livro que amplia nossa compreensão da ‘vida’ em Auschwitz.” ― Wall Street Journal
“Debreczeni escreve com uma clareza cinematográfica, com determinação em fazer o detalhe triunfar sobre a desumanização em massa.” ― The Telegraph
O livro, que é curto e passa rápido, descreve em detalhes os horrores do que o autor viveu ao ser levado para os campos de concentração nazistas, desde sua ida, sua permanência, e quando foi liberto. É quase como se você vivenciasse a experiência junto com ele, e, em quase todas as páginas, podemos sentir o horror e o peso do que ele viveu, e como ele escapou por pouca da morte certa ao chegar em Auschwitz.
Não é uma leitura fácil, nem uma leitura leve, mas sim uma leitura necessária para que não corramos o risco de esquecer do passado e acabemos repetindo os mesmos erros.
Descobri coisas nesse livro sobre o nazismo que não fazia ideia que aconteciam. Fiquei horrorizada e fascinada sobre como um ser humano consegue viveu tudo isso e ainda relatar tão detalhadamente em um livro como esse (que com certeza se tornará uma referência bibliográfica no assunto, se já não o fez).
Por ser um jornalista, Debreczeni escreve com destreza e precisão, e por isso quase conseguimos enxergar as pessoas perdendo suas identidades, sua humanidade, e se tornando apenas seres que existem. Mais difícil do que ler esse livro é parar de lê-lo. Essa leitura mudou minha concepção e o que eu entendia por “Holocausto”.
Se você se interessa pela história e por esse assunto, esse livro é simplesmente mais do que necessário. Não há outra palavra para descrever.
O Crematório Frio me deixou pensativa por dias, sentindo a dor e o luto de algo que não vivi, mas que se tratando de história, aconteceu praticamente ontem, e vai deixar marcas eternas na sociedade. Leia!
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