Carta de Julian para Mark

Vigésima primeira postagem oficial
Nova carta de Julian para Mark
(Logo depois das imagens, há a transcrição da carta já traduzida para que todos possam lê-la)








Querido Mark,

Eu tenho pensado muito em você ultimamente. Eu me lembro que (parece que faz muito tempo agora) no casamento de Magnus e Alec, eu perguntei a você – talvez eu tivesse comido muitos bolinhos – se você estava preocupado sobre como isso funcionaria com Kieran e Cristina. E você apenas olhou para mim e sorriu e disse que quando as pessoas eram honestas umas com as outras, tudo dava certo.

Eu apenas –

*próxima frase rabiscada*

Eu acho que devo falar sobre o projeto da casa. As coisas estão rolando – o jardim agora parece mais charmoso do que o cenário de um filme de casa mal-assombrada, você pode ver onde estão os canteiros de flores, a velha estufa vazia e os jardins italianos (ainda há algumas estátuas lá – parece que Tio Arthur levou os que ele gostava para Los Angeles e deixou os outros. Agora eu só me pergunto o que ele tinha contra Plutarco. Ele não gostava da aparência dele? Muita barba?). A mansão, bem, estou tendo um pequeno problema com Tom Redondo em relação à mansão. Fazia um tempo que eu não o via ou seus operários dentro de casa, então perguntei a ele o que estava acontecendo. Ele hesitou e finalmente me disse que a casa estava amaldiçoada, e ele teria que se recusar a trabalhar nela ou cobrar mais por “proteção contra maldição”.

Eu disse a ele que a casa era assombrada, não amaldiçoada, e que o fantasma não queria fazer nenhum mal a ele. Mas ele se manteve firme (você sabe, de um jeito meio redondo) e disse que não tinha escolha. Eu estou preocupado em ficar sem dinheiro para as reformas. Eu acho que poderia contratar trabalhadores mundanos, haveria muito menos feixes de trigo com que me preocupar, mas sempre há a questão do que eles podem encontrar ou serem expostos. Está ficando cada vez mais claro que esta casa tem muitos segredos…

Ok, me imagine respirando fundo agora. Você me conhece. Eu odeio dizer às pessoas o que está me incomodando. Mas eu continuo me lembrando do que você disse na praia naquele dia sobre honestidade. Em todo caso, aconteceu outro dia que Emma encontrou um diário escondido na mansão, e ela está lendo. É o diário de uma mulher – uma garota, na verdade – chamada Tatiana Lightwood, que se casou com um Blackthorn. Muitos detalhes sobre o período histórico, e também sobre a casa. O pai dela era um cara mau, obcecado por demônios e magia negra. Ele realmente deixou sua marca no lugar. O que estou dizendo, eu acho, é que ela encontrou este livro, que definitivamente pode ter informações ligadas à nossa investigação do fantasma, e ela simplesmente.. não me disse. E não sei por quê. É uma coisa pequena, mas acho que é isso que me incomoda. Por que escondê-lo? Por que não me contar?

Mesmo quando se descobriu que ela tinha o diário, ela não me disse o que estava nele. Ela me deu em vez disso, disse que eu mesmo poderia ler. Foi muito estranho – muito não-Emma. Eu sempre pensei que não escondíamos as coisas um do outro. Não mais. Eu fiquei perguntando por que ela não me contou, e ela fez aquela cara que ela faz quando está tentando não chorar, quando seus olhos ficam realmente arregalados, e ela apenas disse várias vezes: “Eu não sei, eu não sei, eu não sei”.

Eu estou sentado no salão de baile, sozinho, escrevendo isso para você. Encostado no meu mural inacabado. Eu sinto – eu não sei o que sinto. Eu quero pegar Emma e dizer: Segredos quase nos destruíram no passado. Eu tenho medo de que eles arruínem nosso futuro.

Mas talvez nós tenhamos ideias diferentes sobre o futuro e o que isso significa. Eu não posso culpá-la. Ela pode não querer as mesmas coisas que eu. Eu tenho o hábito de não dizer às pessoas o que quero ou o que estou planejando, porque estou tão focado naquele resultado específico que é como a realidade para mim. Eu sinto que deve ser óbvio para todos os outros.

Eu sei o que eu quero no meu futuro. Eu sei que é Emma. Eu acho que estou agindo como se tivesse contado isso a ela, e ela sabe disso, mas talvez não. Talvez ela queira outra coisa. Talvez o que eu tenha a oferecer a ela seja como esta casa – algo que ninguém jamais vai querer, não importa quanto trabalho seja feito, porque foi arruinada há muito tempo.

De qualquer maneira, se você puder perguntar a Kieran sobre a coisa da maldição da casa, eu agradeceria. Tom Redondo está pedindo para ser pago em moedas antigas e chuva recém-caída, o que parece muito trabalho. Talvez Kieran possa instituir um Banco das Fadas. Diga que ele ficaria ótimo em uma nota de um dólar.

Com muito amor, seu irmão chato,

Julian

[Traduzido por Equipe IdrisBR. Dê os créditos. Não reproduza sem autorização.]

Fonte

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