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Resenha: Um toque de ruína – Scarlett St. Clair

Sinopse: O relacionamento entre Perséfone e Hades se tornou público, e a tempestade que irrompeu na mídia deixou a vida mundana dela de cabeça para baixo: a identidade da Deusa da Primavera pode vir à tona a qualquer momento. Para piorar, quanto mais tempo ela passa no Submundo, mais perto está de conhecer o passado infernal do Deus dos Mortos ― inclusive seu histórico amoroso.
Por outro lado, Perséfone vem se destacando na carreira e, consequentemente, fica cada vez mais exposta ao mundo divino. Enquanto aprende a lidar com o orgulho e as regras que envolvem esse meio, um acidente horrível deixa seu coração em ruínas. Quando ela mais precisa, Hades se recusa a ajudá-la, e, desesperada, ela decide resolver tudo com as próprias mãos, fazendo acordos que prometem consequências severas.
Será que, em meio ao amadurecimento e à crueza da vida real, ela está preparada para se tornar a verdadeira rainha do Submundo? Neste terceiro volume de Hades & Perséfone, Scarlett St. Clair vai emocionar os leitores com uma trama mais dramática e intensa do que nunca.

Esse livro contém: enemies to lovers , dual POV , romance proibido.

E aqui estou eu, mais uma vez, vindo falar sobre Hades e Perséfone. Eu sei, eu sei, vocês já devem estar exaustos, mas esse é o terceiro livro – e ainda não é o último, graças a Deus, que foi lançado pela Bloom aqui no Brasil. Vocês podem ver minhas outras resenhas dessa saga aqui.

Já vou avisar desde o início que podem rolar spoilers dos dois primeiros livros “Um toque de escuridão” e “Um jogo do destino”, então fiquem atentos, caso não queiram pegar nenhum spoiler.

“É estranho ver alguém que você ama seguir em frente e levar uma vida que poderia ter sido com você.”

Nós começamos a segunda parte dessa saga (digo segunda parte porque os dois primeiros livros são o início – um do ponto de vista de Perséfone e o outro de Hades – e assim todos os livros terão duas versões, nos deixando ver exatamente o que se passava na cabeça de cada um enquanto os eventos ocorriam. E confesso que, depois desse livro, eu realmente aprecio isso porque adoraria saber o que Hades pensa enquanto eles enfrentam as coisas que enfrentam aqui.

Quando o livro começa, o relacionamento de Perséfone e Hades não é mais uma coisa escondida, tudo porque no final da primeira parte ele foi lá e a beijou no meio da rua e todos viram. Então, apesar do relacionamento agora quase inexistente com a mãe, Perséfone continua vivendo uma vida dupla: como uma deusa no submundo e fingindo ser uma mortal comum no mundo superior.

“ — A primeira regra dos homens, Perséfone, é que eles são todos idiotas.

Hades nunca reclama disso, deixa as coisas serem como são e ainda a ajuda a manter escondida a sua verdadeira face. Enquanto isso Perséfone passa a ter lições sobre como controlar a magia com Hecate. Ao mesmo tempo em que o relacionamento deles está indo bem no começo do livro, várias coisas tumultuosas começam a acontecer, os fazendo – Perséfone principalmente – questionar como terão um futuro juntos.

Eu preciso ser honesta: eu fiquei muito incomodada com a Perséfone nesse livro porque geralmente o que nós temos é uma construção que faz a gente ver o quanto a pessoa amadureceu e é diferente da pessoa que era no primeiro livro. Aqui, porém, a impressão que eu tive foi que Perséfone teve uma regressão. Quando o primeiro livro termina, fica aquela expectativa de que ela será quem ela é, será a mulher foda que nasceu para ser, porém tudo que ela faz nesse livro é levado muito por uma certa “birra” por não contar com a ajuda de Hades em determinados momentos (momentos esses que, vale dizer, ele explicou detalhadamente o porquê não poderia fazer algo) e agindo de uma forma absurdamente impulsiva, muito mais do que no primeiro livro.

“A recusa de Hades em ajudá-la significava que ele não a amava tanto quanto ela pensava?
Isso é ridículo, ela se repreendeu.
E, no entanto, se perguntou: como Hades aguentava vê-la sofrer assim?”

Juro que chegou uma hora em que eu precisei largar o livro de lado um momento porque ela estava conseguindo me atingir num nível muito alto de raiva. Pode ter sido porque Perséfone é mais nova do que eu? Sim. Mas ao mesmo passo que ela repete incontáveis vezes para a mãe dela que já é uma adulta, eu sinto falta de ela se comportar como tal.

Enquanto isso, Hades lida com todas as coisas que Perséfone faz – pelas costas dele, diga-se de passagem – sempre ajudando ela a se livrar de qualquer coisa que ela tenha se metido, sempre a salvando quando ela mais precisa. E por isso eu quero saber exatamente o que ele pensa de todas as situações em que ela se mete no passar do livro.

“Os deuses usavam os mortais como seus brinquedos e os deixavam de lado quando ficavam com raiva ou entediados. A vida não significava nada para eles, pois tinham a eternidade.”

O final do livro é um tanto bittersweet. Ele é um final feliz, mas coisas demais acontecem para que ele seja completamente feliz. E, eu devo dizer que, apesar de ter me incomodado com Perséfone, o livro ainda segue sendo uma das melhores releituras que eu já li.

Se tem uma coisa que Scarlett faz muito bem é saber usar os mitos gregos e ela nos apresenta um monte deles nesse livro, tornando a leitura ainda mais rica e gostosa. Além disso, eu adoro ler no final quando ela explica tudo, de onde veio cada mito, porque mesmo que alguém não conheça ou não saiba por que determinadas coisas aconteceram, sempre tem alguma explicação.

Novamente, como já disse nas outras resenhas dessa saga de Hades e Perséfone, se você gosta de mitos gregos, então dê uma chance. Tenho certeza de que você irá amar.

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