Sinopse: Theo e Kit já foram muitas coisas: melhores amigos, crushes, namorados, e agora… desconhecidos. A única coisa que eles ainda têm em comum é o vale-viagem que restou da excursão europeia que planejaram fazer juntos quatro anos atrás, antes de um término brutal. Faltando um mês para o vale expirar, Theo embarca em um ônibus em Londres, pronte para dar início à aventura que sempre sonhou ― até dar de cara com Kit.
É só quando o ônibus dá a partida que eles percebem que tiveram a mesma ideia ― e terão que passar três semanas grudados, com algumas das paisagens mais lindas do mundo como cenário. Mas não há motivo para pânico. Afinal, não existe mais nada entre eles. Então, por que não se divertirem juntos? Por que não fazerem uma competição europeia de pegação? Que vença o melhor!
Entre festas incríveis, jantares estonteantes e degustações de vinho, Theo e Kit terão que encontrar o melhor jeito de lidar com os próprios sentimentos ― e descobrir de uma vez por todas se eles realmente combinam.
Não é segredo pra ninguém que nos acompanha que eu sou uma verdadeira cadelinha quando se trata dos livros de Casey. Até aqui eu já li e resenhei todos (vocês podem ver todas minhas resenhas dos livros delu clicando AQUI.) Então quando foi anunciado que minha editora favorita ia trazer ume de minhes autores favorites, eu com toda certeza do mundo precisava ler. E claro que não me arrependi em absolutamente nada.
“Combina?” começa no ponto de vista de Theo – Theodora – que mostra apenas o ponto de vista delu sobre o final do relacionamento com Kit. E então como elu decide ir à viagem que tinha combinado com Kit e que tinha apenas mais um mês para ser feita antes delu perder pra sempre a chance de fazer essa viagem que era algo que elu queria muito – uma viagem para conhecer mais dos sabores e dos lugares da Europa.
“Daqui, consigo ver as ovelhas pastando perto do castelo e desejo mais do que tudo ser uma delas. Nenhuma preocupação no mundo, nenhum dia de luta em trabalhos autônomos nem nenhum parente famoso, nenhum reencontro tenso com um ex que fodeu tanto minha vida que tive que criar uma nova. Só comer mato.”
Claro que o que elu não tinha como adivinhar é que Kit tinha pensado exatamente a mesma coisa. Kit vê que está chegando no final da data que pode usar as passagens e a tour gastronômica, então quando Theo entra no ônibus da viagem acaba dando de cara com a última pessoa que queria ver na frente: o ex que destruiu o coração delu quatro anos atrás.
Kit também fica surpreso, obviamente, ao dar de cara com Theo na viagem, afinal de contas, eles não tiveram absolutamente mais nenhum contato desde o término desastroso no aeroporto de Londres. Cada um deles tem sua própria visão sobre como o término aconteceu e como eles estão na situação em que estão e é isso que torna o livro mais interessante: do meio em diante, nós seguimos pelo ponto de vista de Kit e como ele se sente e como aquela história toda ainda mexe com ele.
“Quando tudo mais já desmoronou — os piores ângulos, as versões mais maldosas dos acontecimentos, as mentiras que me contei —, o que resta é apenas Kit. Apenas o grande amor inacabado da minha vida, e um piso sob o qual ainda estou jazendo.”
Além de ser uma cadelinha de Casey, eu também sou absolutamente uma cadelinha de ex’s que não se superaram. E é exatamente esse o caso aqui. Theo e Kit passaram por um final de relacionamento péssimo em que os dois lidam, cada um de sua forma, com o processo disso e – mesmo com quatro anos passando – eles não têm certeza ainda de como se sentem, se o fim do namoro acabou com o amor ou se eles ainda querem estar juntos e cumprir os planos que tinham feito anos atrás.
Porém, diferente do que se pode imaginar, quando eles se reencontram e tem uma conversa sobre o que aconteceu, eles decidem “ser amigos” durante aquela viagem e até começam uma competição saudável de quantas pessoas eles conseguem conquistar durante a viagem, o que, claro, não tem nada para dar errado, né?
“Na minha cabeça, nunca seria desse jeito, como se eu ainda fosse a mesma catástrofe de sempre que ele não aguenta mais. Era para ele ver que sou alguém agora. Uma nova versão completamente diferente e valente, que assumiu o controle total da vida. Que manda na porra toda.”
Eu fiquei completamente apaixonada por Theo e Kit. Kit é tão derrotado de amor que chega a ser engraçado o ponto de vista dele. E eu me identifiquei muito com Theo na forma delu pensar e ver a vida. Os dois são personagens que tem suas falhas e suas qualidades e, dentro do próprio livro, nós vemos o amadurecimento deles em relação ao outro e ao relacionamento que eles tiveram no passado.
Vale pontuar aqui também que, como sempre nos livros da Casey, tem uma representatividade muito boa. Theo, que é protagonista do livro, é ume personagem não-binaria e isso não é algo que fica claro logo de início, também tenho que avisar. É algo que vamos vendo conforme vamos passando pelo ponto de vista delu, até o momento em que elu fala com todas as letras sobre quem é.
“Kit aparece na nossa frente, a brisa salgada agitando o cabelo dele ao redor do rosto, as mãos educadamente nos bolsos. Parece um herói de um daqueles livros românticos que ele lê a caminho de arrebatar uma pessoa num campo de violetas. Que preguiça.”
A escrita de Casey evoluiu muito desde o primeiro livro delu até agora e eu queria deixar bem claro que eu achei genial a editora Seguinte usar os comentários negativos sobre o livro na divulgação, porém esses comentários não poderiam estar mais errados. Não tem nada de absurdo na história para quem já está acostumado a ler os livros de Casey. Pelo menos da minha parte, eu não vi nada que pudesse ser problematizado – mas também não estava procurando por algo assim.
A tradução feita por Guilherme Miranda eu não tenho como não elogiar como sempre. É absolutamente maravilhosamente feita, sempre de forma bem divertida e bem gostosa de ler.
Eu acho que, mesmo que você não seja grande fã de Casey, dê uma chance para esse livro se você gosta de comédias românticas com uma pitada de drama, sempre muito bem-vindo, e com um casal que não se superou ainda.
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