“Heir” (Heir 1)
Sabaa Tahir
ARC recebido em formato digital gentilmente cedido pela Penguin Random House International
Editora: G.P. Putnam’s Sons Books for Young Readers
Data de lançamento internacional: 1º de outubro de 2024
Uma órfã.
Uma pária.
Um príncipe.
E um assassino que colocará um império de joelhos.Crescendo nas favelas de Kegari, AIZ teve sua cota de sofrimento. Uma velha tragédia alimenta sua necessidade de vingança, mas é o amor por seu povo que a impulsiona. Até que um erro impetuoso a coloca em uma prisão inescapável, onde as brasas de sua ira se acendem.
Banida de seu povo por um crime imperdoável, SIRSHA é uma rastreadora azarada que usa magia para rastrear suas marcas. Desamparada, ela concorda em caçar um assassino que matou crianças em todo o Império Marcial. Tudo o que ela precisa fazer é executar o trabalho e ser paga. Mas quando um encontro provocado pela sorte leva a uma atração inesperada, Sirsha descobre que sua missão pode custar muito mais do que está disposta a desistir.
QUIL é o príncipe herdeiro do Império e sobrinho de uma Imperatriz venerada, mas está relutante em assumir o trono quando sua tia renuncia. Como filho de um imperador desprezado, ele, melhor do que ninguém, entende que o poder corrompe. Quando um novo inimigo cruel ameaça a sobrevivência do Império, Quil deve se perguntar se pode se elevar acima de sua trágica linhagem familiar e ser o herdeiro que seu povo precisa.
A adorada contadora de histórias Sabaa Tahir entrelaça as vidas de três jovens enquanto eles lutam contra o poder, a traição, o amor e as consequências devastadoras da ganância desenfreada, em uma jornada que pode custar-lhes suas vidas — e seus corações. Literalmente.
Essa resenha foi feita pela parceria com a Penguin Random House International, que gentilmente nos cedeu esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado) de “Heir”. Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um eARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade da leitura.
Vou ser muito, muito, muito sincera e confessar que fui ler “Heir” e tomei um susto porque a sinopse que tinha lido (a acima) não deixava claro que seria uma continuação direta da série “Uma chama entre as cinzas”. Conheci Sabaa nessa série e era completamente apaixonada pelos dois primeiros volumes, “Uma chama entre as cinzas” e “Uma tocha na escuridão”, mas então veio o terceiro volume, “Um assassino nos portões, e odiei TANTO, mas tanto, mas tanto que larguei a série e nem sequer li o último volume na época do lançamento, chamado “Um céu além da tempestade”. Contexto dado, voltemos ao presente: quando estava já lendo “Heir”, me dei conta que sim, teríamos aqui Elias Veturius, Laia of Serra e Helene Aquila, os personagens principais da série original porque acompanharíamos seus filhos e herdeiros – e tomei um choque grande. Como vocês podem imaginar, está resenha terá spoilers dos 4 livros iniciais, mas não desta trama específica.
Vinte anos depois dos eventos que encerraram a primeira série, vemos aqui vários personagens presentes lá naquela trama e que agora são adultos, entre eles um dos nossos protagonistas: Zacharias Marcus Livius Aquillus Farrar, simplificado para Quil, sobrinho e herdeiro da Imperatriz Helene. Quil é um jovem homem que se ressente de sua tia por diversos motivos e que entende que seu pai foi um monstro, enquanto sua mãe e tia eram revolucionárias que mudaram o destino de todos. Um guerreiro brilhante, pessoa teimosa e com coração no lugar certo, falta muito em Quil o desespero por mudanças que Elias tinha. Eu sei, eu sei, é injusto comparar as séries, mas seria impossível não fazer isso, até porque a estrutura narrativa parece muito: 3 protagonistas; 2 mulheres, 1 homem.
Quil, o principe da sinopse, sofre muito porque perdeu Ilar, a mulher que amava, morta misteriosamente durante a morte de Ruh, seu amigo mais novo – e que iniciou uma série de assassinatos por todo Império. Sufiyan, seu melhor amigo, também é um guerreiro acima da média, mas que nunca matou ninguém – e é filho de Laia e Elias. Sim. Aliás, já deixo claro que uma das coisas que menos entendi nesta trama é o motivo pelo qual Suf não tem um ponto de vista, já como temos 3 no total e um é de Quil. Como vocês podem imaginar e também citei, as mortes de Ruh e Ilar estão ligadas à assassinatos sinistros que estão acontecendo e que Helene ignora solenemente, irritando seu sobrinho e herdeiro ainda mais.
Temos ainda o ponto de vista de Sirsha, a pária da sinopse, e confesso que falarei muito, muito pouco sobre porque ela é um ponto fraco desta trama. Não, ela não é insuportável assim, ela é só mais uma personagem bastante genérica que tem poderes neste universo e que terá um encontro com um personagem amado que a contrata para encontra o assassino destas mortes violentas. Não odiei a personagem, mas achei tediosa e o motivo para tal é justamente a dona do terceiro (e o que abre o livro!) ponto de vista desta trama: Aiz.
A orfã da sinopse, precisaria de uma resenha com spoilers para falar sobre Aiz, e só sobre ela. Fico pensando antes de digitar aqui porque não vou entregar nenhum spoiler da personagem (e muito menos da trama) mas já afirmo, com convicção, que fazia anos que eu não lia uma personagem tão complexa e com um arco forte assim. Forte, rancorosa, destemida, complacente e absurdamente cega em sua fé, Aiz me ganhou de um jeito insanamente grande porque dá pra entender completamente a personagem, compreendendo suas motivações. Você pode não gostar ou até mesmo odiar a personagem, como muitas gringas estão fazendo, mas não dá pra não dizer que tudo nela é completamente explicado e motivado. Ouso dizer que esta entre as melhores personagens de fantasia dos últimos anos – de verdade.
Sem muito mistério, a trama de “Heir” gira em torno desses assassinatos e com os 3 protagonistas, Quil, Sirsha e Aiz, cada um sendo arrastado para essa trama por motivos diferentes. Pode parecer algo simples e que poderá terminar também de forma fácil, já como aqui teremos somente uma duologia, ou seja, somente mais um livro que ainda não tem qualquer informação sobre, e por mais que este seja um livro grande (em torno de 500 páginas), termina sendo informação demais de uma só vez, dando a sensação de que pode faltar algo.
A trama é corrida de um jeito não bom, informações e reviravoltas acontecendo uma atrás da outra de forma que leva a narrativa a terminar de um jeito inesperado no bom sentido, mas também fazendo o leitor desconfiar da escolha de somente dois volumes e não três. Sei que parece estranho, mas essa nova onda de duologias tem roubados de nós, bookstans, boas tramas que poderiam ser muito melhores desenvolvidas.
E se você se pergunta se os 3 protagonistas da série original tem destaque nesta trama, minha resposta é sim, eles têm. Não são somente aparições para mencionarem os personagens ou deixar claro que eles existem, e sim porque são ativamente parte do enredo central.
Não posso dizer que falta coração nessa trama, além da sensação de voltar a um mundo que já conhecemos e somos afeiçoados, mas falta algo, e não é medo de perder nenhum personagem porque entendemos de cara que não basta ser filho de alguém ou adorado por uma fandom inteira que Sabaa irá poupar alguém – aliás, ela parece especialmente mais inclinada a maldades aqui, e digo isso em grande parte só pelo que Aiz passou e me causou arrepios, mas calma que não há grandes descrições de acontecimentos físicos, apesar de ser claro o que aconteceu.
Enfim, não mencionei realmente nenhum ponto chave da trama porque você, que ama este mundo, merece ler essa trama e se surpreender com o destino de velhos conhecidos e se espantar com as perdas que aconteceram e ainda acontecem, agora envolvendo personagens jovens e diretamente ligados a outros. Deixo claro que a trama em si não ganhou destaque em nada em mim, mas Aiz definitivamente brilhou, assim como a escolha de Sabaa e a reviravolta que acontece lá pelo meio do livro porque herdar algo sempre traz consequências – e pode requerer sua alma. Literalmente.
Ainda não temos informações se “Heir” será publicado no Brasil, mas a série original foi publicada pela Galera Record. Fique de olhos em nossas redes sociais que se tivermos qualquer novidade, postaremos sobre.
Thanks for the free book, PRH International.
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