Sinopse: Ainda na infância, Theodora Ettings foi amaldiçoada por um feérico a nunca mais sentir medo ou constrangimento. Por causa disso, ela está sempre na expectativa de, a qualquer momento, se envolver em um grande escândalo.

Quando a prima de Dora a convida para ser sua acompanhante na próxima temporada em Londres a fim de encontrar o casamento ideal, o único desejo de Dora é conseguir se comportar como uma dama perfeita segundo a sociedade: contida e discreta. Porém, seu objetivo é ameaçado quando ela conhece Elias Wilder, o grosseiro e estranho mago da corte inglesa, mais conhecido como lorde Feiticeiro. Assim que ele descobre a situação de Dora e promete ajudá-la, ela se vê mergulhada nas perigosas artimanhas e mistérios tanto dos feéricos quanto dos humanos.

Se a reputação de Dora sobreviver à maldição e à conexão com o homem mais detestado da alta sociedade, ela poderá se sentir normal no mundo. No entanto, quanto mais tempo Dora passa com Elias, mais ela começa a suspeitar que é possível se apaixonar, mesmo com uma alma pela metade.

Vou começar essa resenha de uma forma bem inusitada: LEIAM ESTE LIVRO!

Agora que coloquei isso para fora do meu peito, posso começar a pontuar as razões, começando pelo plot principal. Quando era uma criança, Dora foi encontrada por um feérico no meio da floresta onde ela estava se escondendo para fugir da aula. Depois de uma conversa esquisita, que ela não entendia muito bem o que estava acontecendo, o feérico tomou metade da alma de Dora porque era “de direito dele”, já como ele disse que ela tinha sido vendida pela mãe antes mesmo de nascer – e ele só não completou o trabalho porque a prima de Dora apareceu e a salvou de um final precoce.

“Dora bebericou o chá outra vez, sem se abalar. As palavras não a atingiram da maneira que deveriam. Ela não estava chateada, ofendida, nem com vontade de chorar. No entanto uma pequena parte dela – bem lá no fundo – acrescentou o comentário a uma velha pilha de críticas semelhantes. Aquela pilha provocava em Dora um leve aperto no coração do qual ela nunca conseguia se livrar. Às vezes, ela se pegava revirando a pilha e a examinando no meio da noite, sem qualquer motivo especifico.”

E, quando anos se passam, é onde a história de “Uma alma pela metade” realmente começa. Sua prima será mandada pela mãe para Londres, para debutar na sociedade e assim conhecer um noivo rico e que possa ajudá-las e Vanessa, a prima de Dora, faz questão que Dora a acompanhe.

Logo que elas chegam, já ficam sabendo que deviam ficar longe do lorde Feiticeiro de Londres, por ele ser rude e não ter bons modos e a maior parte da sociedade o detesta. Só que Vanessa tem um plano: ela quer falar com Elias sobre a situação de Dora, porque como ele é conhecido por dar um jeito em tudo, talvez ele possa “consertar” Dora também.

“- Mulheres que não compreendem limites pessoais sempre me ofendem – retrucou Elias. – Pessoas estupidas me ofendem ainda mais.
– Ah, céus – comentou Dora suavemente. – Isso deve ser mesmo muito difícil.
– Perdão? – perguntou ele. – O que deve ser difícil exatamente?
Dora sorriu de maneira cortês.
– Ficar sempre tão ofendido consigo mesmo – respondeu ela. – Parece uma maneira triste de viver, milorde.”

E claro que o primeiro encontro deles não poderia ser mais engraçado: Dora não tem absolutamente nada que a impeça de falar as coisas mais absurdas e grosseiras possíveis e diferente de todo resto da sociedade, não tem um pingo de medo de Elias ou se ofende com as grosserias dele.

Só que antes mesmo que ele possa começar a ajudar ela, algo mais começa a acontecer na cidade e assolar os lugares e as vidas de crianças que entram em um estado de coma sem a menor explicação do porquê, sem eles saberem se isso se trata de alguma magia ou feitiço, completamente inexplicável. E, de alguma forma o plot se completa, deixando tudo redondinho no final.

“- Estou vendo – retrucou ele, com a fala arrastada. – E o que quer que eu faça com seu cachorrinho, Albert? Devo levá-lo lá para fora para passear? Preciso pegar alguns petiscos pra ele?
Dora inclinou a cabeça na direção dele.
– O senhor poderia tentar me ensinar a falar – disse ela. – Mas receio que minha dicção já seja melhor que a sua, lorde Feiticeiro. ”

Dora é uma personagem absolutamente espetacular. Ela é com toda certeza tudo que você espera de uma pessoa que não tem metade da alma e que, por isso, não tem o menor traquejo social. E isso me fez amar ela ainda mais.
Elias, mesmo tendo sua alma inteira, também não tem nenhum traquejo social, mas você pode ver claramente, apesar de ser no ponto de vista da Dora, que ele já está completamente caído de amores por ela, mesmo que ele se esforce para não demonstrar isso.

“- Deus me livre de me tornar um homem de bons modos, lady Hayworth – respondeu Elias, em um tom ácido. – Trata-se do pior tipo de gente. As pessoas decentes ficam devidamente zangadas quando estão diante de uma injustiça terrível, mas as pessoas de bons modos nunca o fazem. ”

Além de Dora e Elias, outros dois personagens que tem bastante foco são Albert, amigo de Elias, e Vanessa, prima de Dora. Os dois complementam a história de uma forma muito boa de ver, muito engraçado também – principalmente com Albert o tempo todo dando um jeito de Dora e Elias ficarem próximos porque Dora fazia Elias querer arrancar os próprios cabelos.

O romance do livro é bem um slow burn, até porque Dora não tem certeza de que pode amar alguém por conta de só ter metade da alma.

Eu procurei sobre o livro na gringa e fiquei sabendo que tem mais dois livros que foram lançados nesse mesmo mundo, mas que ainda não foram lançados aqui no BR, além de um conto que se passa antes do primeiro livro. Vale bem a pena ler – e eu mal posso esperar pra ler os próximos.

Para comprar “Uma alma pela metade” basta clicar no nome da livraria:

Amazon, com brindes.
Amazon.
Magalu.