Resenha: Um toque de malicia – Scarlett St. Clair

Sinopse: Perséfone e Hades enfim estão noivos. Como vingança, Deméter invoca uma tempestade de neve que paralisa Nova Grécia, deixando claro que só vai parar se sua filha romper com o Deus dos Mortos. Quando os olimpianos tentam intervir, Perséfone vê seu futuro nas mãos de deuses antigos que estão divididos sobre o conflito. Nessa guerra entre a Deusa da Colheita e o Senhor do Submundo, qual lado os mais poderosos vão escolher?

Achei que depois do segundo livro da Persefone eu já estava vacinada ao sofrimento. Eu sei, foi muito ingenuo da minha parte. Mas esse livro, principalmente o final dele foi triste – e mais ainda, foi como um soco no estomago o gancho que ficou para a próxima leitura.
“Um Toque de Malícia é o quinta livro e até o momento foi o mais intenso, cheio de reviravoltas e histórias e momentos que me deixaram absolutamente sem folego. O livro retoma com Perséfone agora no Submundo ao lado de Hades, noiva dele, mas a promessa de estabilidade é rapidamente desmantelada, impulsionando a Deusa da Primavera para um caminho de autodescoberta brutal e confronto com as consequências de seus laços proibidos e os inimigos acumulados ao longo de quatro livros. Até mesmo quem pensamos até aqui que eram amigos, se revelam outros inimigos.
“Aquela experiência tinha ensinado muitas lições a Perséfone, em especial que o mundo não estava pronto para acreditar em uma mulher ferida.”
Como o livro é no ponto de vista de Persefone (os livros de Scarlett St. Clair nessa saga são intercalados com os pontos de vista de Persefone em um e de Hades em outro), nós vemos mais do seu desenvolvimento. Ela deixa de ser relativamente ingênua para alguém que começa a abraçar plenamente o seu poder e a escuridão que vem junto com ele.
Não só ela está lutando para aprender a controlar seu poder, ao mesmo tempo ela sofre pelo luto que sente por Lexa, sua amiga. E, como se não bastasse isso, ela tem que manter em mente que a maior luta de sua vida é contra sua própria mãe, Deméter, e lidar com a realidade de ser conhecida apenas como a “amante” de Hades, e não como a deusa que ela realmente é.
“— O que são essas coisas penduradas na árvore? — ela perguntou a Hades.
— Sonhos — Hades respondeu, olhando para ela. — Quem entra no Submundo deve deixá-los para trás.
Perséfone se sentiu tomada por certa tristeza com essa ideia, mas também entendia: não havia espaço para sonhos no Submundo, porque viver ali significava existir sem fardos, sem desafios. A vida ali era descanso.”
Um dos pontos mais importantes desse livro é como o relacionamento de Persefone com Hades evolui. Depois de tanta bagunça nos primeiros livros, quando eles não sabiam como confiar um no outro, parece que nesse livro eles encontraram o equilibrio que faltava no relacionamento deles – e, apesar do que acontece no final, até o momento eles parecem conseguir entender exatamente o que o outro pensa.
Mas, pra além disso, eu achei importante também a forma como mostra que, tudo que Demeter fez na vida da Persefone, levou ela a ser como é como adulta. O que acontece quando se vive com uma mãe narcisista que acha que tudo é apenas ela quem consegue fazer.
“— Você parece ter muita certeza, mas nem você desafiaria as Moiras.
— Ah, meu bem, mas eu já te disse isso antes… Por você, eu destruiria o mundo.”
No mais, esse livro me surpreendeu bastante. Eu estava meio cansada, confesso, mas esse livro renovou minha vontade de continuar essa saga até o final, por isso que eu digo que é um otimo livro para quem gosta de mitologia. Se você ainda não começou, dê uma chance!

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