13.06

Cassie esteve na BookCon desse ano e lá ela deu uma entrevista exclusiva ao TMI Source. Confira:

A autora de Lorde das Sombras, Cassandra Clare, fala sobre ‘a bela dor’, a complexidade de Julian e antecipa Malec em ‘Eldest Curses’ numa entrevista sem spoilers.

Cassandra Clare recentemente celebrou o lançamento de Lorde das Sombras, o segundo volume da trilogia Os Artifícios das Trevas, que estreiou em primeiro lugar da Lista dos Mais Vendidos do The New York Times, e permanece por lá nas últimas duas semanas. As coisas sempre ficam animadas quando nós temos um novo livro da Cassie!
Recentemente, falamos com a Cassie na BookCon, dia 3 de junho, sobre tudo de Artifícios das Trevas, The Eldest Curses e sobre os dolorosos arcos de suas histórias que destroem nossos sentimentos. Todas. As. Vezes.
Essa é a primeira de duas entrevistas que postaremos, já que debatemos alguns tópicos com spoilers de Lorde das Sombras na segunda entrevista. Essa entrevista não terá spoilers discutindo apenas de forma generalizada o livro, assim como outras coisas.

Na primeira entrevista, Cassie decorre sobre como Julian está balançando numa tênue linha entre o certo e o errado, a ficção refletindo nossa realidade, exploramos as culturas dos Submundanos, o número de vezes que ela reescreveu o final de Princesa Mecânica, as primeiras vezes de Malec em The Eldest Curses, e se Os Artifícios das Trevas e The Last Hours vão se amarrar como Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais fizeram.

TMI Souce: Quão difícil é escrever um personagem como Julian, que é meio mau e assustador apesar de ser o heróis da história?
CC: Definitivamente é difícil porque você não quer que o leitor perca a simpatia por Julian. Ele é o herói, e estamos nessa jornada com ele. Eu acho que se você perde a simpatia pelo que ele Está passando e do porque ele faz certas coisas , você para de importar com o que acontece com ele. Você tem que andar nessa linha tênue onde Julian é um personagem que assume vários riscos e caminha na ponta da faca do que é moral ou não. Mas esperançosamente tudo que ele faz é compreensível dentro do contexto de seu desespero em salvar sua família.

TMIS: Nós pegamos algumas referências de The Last Hours em Lorde das Sombras. Podemos esperar que as duas séries se entrelacem como Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais fizeram?
CC: Eu diria que no sentido que TMI e TID o fizeram, com certeza eles se entrelaçarão. Agora se veremos personagens de The Last Hours em TDA do jeito que acontece no primeiro caso, não é provável. Mas eu diria que eles se entrelaçam tematicamente e em referências a coisas que acontecem. Como por exemplo, Malcolm. Nós conhecemos Malclom em TODA e ele é um vilão, basicamente. Conheceremos Malcolm em The Last Hours e ele não é. Ele ainda não descobriu o que o transforma num vilão. Penso que é interessante conhecer personagens em diferentes fases de suas vidas e ver como eles estão diferentes, e como o que eles vivenciaram os mudaram. Então definitivamente eu acredito que haverão paralelos entre as escolhas que os personagens de The Last Hours terão que fazer e algumas que eles fazem em Os Artifícios das Trevas. Até mesmo decisões que os Blackthorns tomaram no passado que afetam o presente.

TMIS: Você acha que As Crônicas dos Caçadores de Sombras atingiu o ponto onde casais do mesmo sexo não são mais uma grande coisa?
CC: Ainda são alguma coisa. Ainda escuto sobre isso. Ainda recebo emails e as vezes estranhas reações sobre Kieran e Mark mesmo depois de publicar TMI. E eu fico “Ah, fala sério. Você leu tudo sobre Magnus e Alec e agora você está ‘E ainda tem personagens gays e eu ainda estou com raiva’”. Eu realmente acredito ser sortuda por desenvolver uma base de leitores fiéis, e que essa base de leitores que eu acho que meu editor entende vai ficar comigo mesmo se eu publicar livros, se eu desejar, das Crônicas dos Caçadores de Sombras com protagonistas gays, o que eu quero fazer em seguida. (The Wicked Powers!). Eu sempre achei que é um passo arriscado. Eu gostaria que não fosse. Eu gostaria de mostrar que isso funciona.

TMIS: Quão importante você acha que é a ficção refletir o que acontece no mundo real?
CC: Eu penso que a ficção deve refletir a experiência humana. As vezes, vai refletir sobre o que está acontecendo no mundo agora. Mas nem sempre porque isso seria dizer que só poderíamos ler ficções contemporâneas. Ficções escritas há 30, 80 ou 800 anos atrás ainda ressoa em nós enquanto elas carregam o que eu acredito ser verdades imutáveis sobre quem somos como pessoas. Penso que seja absolutamente importante e significativo escrever sobre situações correntes porque é o que nós estamos pensando. Penso que você deve cavar além deles [em busca] do que é universal.

TMIS: Você é a rainha dos arcos dolorosos. Alguns dos seus amigos autores dizem “ Cassie isso é muito doído” ou eles são mais “Traga a dor! Faça isso o mais doloroso possível!”?
CC: Não, ele realmente dizem, faça doer. Nós acreditamos na dor. Não acredito que meu grupo de autores amigos acredita em diminuir a dor. No entanto, eu acredito que se fosse só sombrio, eles diriam ‘é melhor você aliviar essa escuridão com humor e momentos humanos’. Como se fosse só “A neve cobria as lápides”, eles ficariam tipo “Ta bom”. Usualmente em momentos que são trágicos, eles são do tipo “Faça doer”. Eu me lembro de escrever o final de Princesa Mecânica 14 vezes, de novo e de novo e mostrar a Holly Black e Sarah Rees Brannan e ficar “leia isso”. A té eu fazê-las chorar, estav tipo “Nós não acabamos, isso pode doer mais, faça doer mais” (Dói muito) Você pode agradecê-las por isso. (É um tipo bom de dor) Eu queria que fosse a bela dor – a dor que você sente lembrando alguma coisa fantástica sabendo que você não terá mais. Esse tipo de sentimento. Melhor ter tido isso. Mas assim, ainda dói. Enão é aí que eu quero chegar. E foi bom tê-las dizendo “Sim, isso machuca”. Acho que elas nunca disseram “é muito doloroso” mas elas já disseram “ é muito explícito”. Você quer causar dor, sentir a dor, você não quer explicar a dor. Então tem que ser muito cuidadoso com as palavras.

TMIS: O mundo das Crônicas dos Caçadores de Sombras cresceu tanto! Que aspecto você definitivamente espera elaborar mais nos livros futuros?
CC: Acho que no futuro eu gostaria de explorar mais as culturas dos Submundanos. Estou interessada em aprofundar nas estruturas do que significa ser um feiticeiro, como isso funciona, o que isso significa, quem realmente está controlando o show. Nós vemos um pouco isso nos livros de Magnus e Alec porque estamos com Magnus então veremos muito do trabalho de um feiticeiro. Mas é sobre isso que estou pensando. Vamos ao Labirinto Espiral, veremos muito dele, na verdade. Isso é algo no qual estou interessada.

TMIS: Falando em Alec e Magnus, o quanto você pretende antecipar do relacionamento deles quando mergulhamos em The Eldest Curses?
CC: É divertido, é realmente divertido. Por mim é um prazer porque eu tenho escrito Magnus e Alec e tenho colocado um tom divertido no relacionamento deles, você sempre ama aquela fase onde as pessoas estão se apaixonando e eles dizem pela primeira vez como se sentem em relação um ao outro e eles têm todas as suas primeiras vezes. Isso me fez voltar no tempo, e eu tive que acertar todas as primeiras vezes deles. Eles sempre disseram que se amavam mas há várias coisas que eles ainda estão perdidos como namorados. E agora eles estão nessa viagem juntos, agora eles estão sozinhos juntos. Como é isso? Tem essa intensidade, esse sentimento, e tem um tom sobre vida real, tipo – do que o Simon chamou? – ter uma DR, que eles não fizeram ainda e tem outras coisas físicas que eles ainda não fizeram. E todas essas coisas são as primeiras vezes deles – tanto emocional quanto fisicamente e idealizadamente, as jornada emocional e física são espelhos uma da outra. E elas são ambas muito divertidas.

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