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Resenha: Haven’t Killed in Years – Amy K. Green


“Haven’t Killed in Years”
Amy K. Green
ARC recebido em formato digital gentilmente cedido pela Penguin Random House International
Editora: Berkley
Data de lançamento internacional: 18 de novembro de 2025

Ninguém deveria saber que Gwen Tanner, a inofensiva funcionária de um escritório, é a filha desaparecida do assassino em série Abel Haggerty. Mas a discrição e um novo nome não vão resolver quando um novo assassino obcecado começa a persegui-la, neste thriller divertido e viciante com um tom marcante.

Marin Haggerty, filha de um conhecido assassino em série, era apenas uma criança quando prenderam seu pai. Arrancada de casa e com uma nova identidade, Marin desapareceu.

Vinte anos depois, Gwen Tanner mantém todos à distância, preferindo satirizar o mundo ao seu redor a participar dele. É para a segurança dela — e deles. Mas quando alguém começa a enviar partes de corpos para a porta da frente dela, a mensagem é clara: Eu Sei Quem Você É.

Para preservar seus segredos, Gwen precisa caçar o assassino, uma jornada que a mergulha no complexo mundo dos fãs de crimes reais e a faz confrontar seu passado de uma vez por todas. Talvez ela seja capaz de conexões humanas profundas, mas não é a única a guardar segredos. Será que se abrir para os outros a ajudará a encontrar o assassino ou a lembrará por que foi necessário esconder sua verdadeira identidade desde o início?

Afinal, filho de peixe, peixinho é.

Essa resenha foi feita pela parceria com a Penguin Random House International, que gentilmente nos cedeu esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado) de “Haven’t Killed in Years”. Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um eARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade da leitura.

Sou fã de crimes reais. Muito fã. E já faz anos, não é algo que começou agora. Provavelmente sou a leva de pessoas que fizeram os streaming a fazerem mais documentários sobre casos reais para se tornarem a nova onda que está acontecendo agora. Sou tão fã que amo o Investigação Discovery. Além disso, sou alguém com um certo humor “peculiar” – sou de fazer piadas para esconder sentimentos, como muitas pessoas ai fora. Precisei explicar tudo isso pra poder dizer que assim que li a sinopse de “Haven’t Killed in Years” eu imediatamente pensei que o livro foi feito para pessoas como eu.

Quando comei a leitura, me apaixonei fortemente por Gwen (ou Marin, mas ela prefere Gwen). Com um humor negro e uma mente distorcida por ter sido criada por um pai não só psicopata, mas serial killer, Gwen faz graça de coisas que parecem até erradas ri sobre. Aos 40% do livro mandei mensagem pra Ju aqui da equipe falando que ela amaria este livro porque eu estava amando, mas que ele não faria sucesso porque é algo muito ninchado, muito especifico e normalmente coisas assim não explodem fora da bolha e que a trama estava incrível.

Só que eu estava errada. O livro se perde em passagens de tempo de dias dentro da trama na qual nada acontece, mas como poderia acontecer, se Gwen está escondida em um lugar que ninguém conhece realmente? Sem contar que sim, a voz de Gwen é a melhor coisa do livro e o que me manteve até o final da leitura e a responsável pela nota que o livro recebeu aqui, mas falo sobre a personalidade da personagem mais para a frente, agora vou começar a falar sobre a trama do começo.

Gwen ainda era Marin aos 8 anos de idade quando seus pais, depois de presos, abriram mão de sua guarda, e foi enviada para um colégio interno para crianças problemáticas. Determinada a deixar o passado repleto de mortes e maluquices para trás, Marin se tornou Gwen e agora tem um trabalho burocratico, faz bicos como garçonete e ainda tem o hobby de pintura em louças em uma vida completamente banal e comum, com somente um amigo próximo, Potter. Os pensamentos dela são hilários, mas não indico para todas as pessoas porque nem todos tem esse tipo de humor quebrado sobre questionar o mundo ao redor, as pessoas e, principalmente, se autodepreciar.

Até que um dia, absolutamente do nada, ela recebe um braço pelo correio, em uma caixa. O que uma pessoa comum faria? Chamaria a policia, certo? Mas obvio que Gwen não faz isso: ela vai jogar o braço fora. E claro que não para ai porque ela recebe outro braço, com bilhetes a chamando por seu primeiro nome. Alguém sabe quem ela é e esta atrás dela, porque o dia que ela recebeu o primeiro pacote é o dia que sua mãe enfim está saindo da prisão, onde passou 10 anos presa por encobrir as mortes do marido, mas conseguindo atenuantes ao alegar que o relacionamento era abusivo física e psicologicamente. Gwen se vê levada a ter de entrar em contato com sua mãe, Reanne, a quem odiava mais do que pai, porque nunca conseguiu criar uma conexão com a mãe, mas com o pai sim porque ele não escondia quem era e chegou a matar várias pessoas na frente dela – lembrem-se que os pais foram presos quando ela tinha 8 anos, então imaginem os traumas. Reanne se casou com um cara ainda na prisão e estava na casa dele, e lá vai Gwen atrás da mãe para tentar entender porque a estão envolvendo em assassinatos.

Reanna e Abel foram presos depois do assassinato da família Abbington, que era composta pelo pai (Phillip), mãe (Caroline) e 3 filhos (Blake, Cody e Elyse). Black já era um adolescente e já foi encontrado morto com os pais, mas Cody demorou para falecer, ainda sendo socorrido a ponto de conseguir acordar e falar quem tinha feito aquilo com sua família – mas a pequena Elyse foi salva por não estar em casa. O detetive Calhoun facilmente processou a cena do crime, e junto com o depoimento do garoto de 10 anos recém falecido, conseguiu prender o casal, o que levou Gwen a ser levada para o colégio interno. Enquanto isso, aos 28 anos, Gwen começa a tentar entrar em contato também com o pai, mas obviamente ela não irá só visitá-lo, afinal, tem uma nova indentidade, então ela cria toda uma história mirabolante para conseguir ir até o presidio, enquanto conhece Dominique, um fçã de crimes reais, que se tornou consumidor depois de ter um termino de relacionamento ruim e saber que a namorada de seu irmã Jake era uma sobrevivente de um crime real. Faça as contas que você vai começar a entender bem o que temos em frente, mas não temos só isso porque o grande problema deste livro é que… são enredos demais. Demais.

A narrativa desse livro é tão, tão intensa, que começa um capitulo com um momento na trama e, ao termina, estamos em outro ponto totalmente diferente, e digo isso não no bom sentido, mas sim em ser simplesmente confuso. O leitor consegue acompanhar a trama com facilidade, consegue entender que há uma grande trama acontecendo e consegue perceber que tem gente mentindo ao redor de Gwen, que não é uma narradora confiável. Tudo parece muito bom quando falamos estes ingredientes aleatoriamente, mas quando juntos, com tentativas de reviravolta em cima de reviravolta, a trama termina se perdendo porque não consegue cativar o leitor a ponto de se importar com nenhum personagem fora a Gwen. E acredite, você deveria se importar porque claro que Abel causou bastante destruição ao longo de sua “carreira”, mas talvez tenha mais coisas ai que são para ser mais uma reviravolta.

Vou terminar esta resenha em nota alta falando sobre a Gwen: cínica, irônica, sombria e perturbada, estamos falando de uma personagem de 28 anos que pensa “vou matar!” em vez de “vou procurar a policia!” porque foi assim que ela criada, foi assim que ela foi apresentada ao livro. O que mais me decepcionou, no geral, é que a personagem merecia uma trama melhor, mais forte, mais focada nela e em sua forma como vê a vida – teria lido dezenas de livros assim – mas, em algum momento, provavelmente levados por vídeos curtos e uma vida cada vez mais acelerada, os autores estão acreditando que precisam prender o leitor a cada página com reviravoltas inesperadas e mirabolantes, esquecendo que muitos ainda gostam do bom e velho desenvolvimento. Uma pena que temos mais um caso destes aqui.

Até agora não temos informações sobre a publicação do livro no Brasil, mas sigam nossas redes sociais que assim que tivermos qualquer informação, iremos postar sobre.

Thanks for the free book, PRH International.

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