Diário de Emma Carstairs

Vigésima postagem oficial
Diário de Emma, 5ª postagem no diário

Querido Bruce,

É hora do chá. Agora que Jules e eu estamos morando na Inglaterra, nós estamos tentando abraçar o conceito da hora do chá, embora, como você já sabe, eu prefira tomar minha cafeína na forma de chocolate (ao contrário de Cristina, que é literalmente viciada em café). Biscoitos de chocolate, barras de brownie, sorvete – qualquer forma de chocolate é bem-vinda e aceitável, e há chocolates excelentes na Inglaterra. Eu me tornei viciada em barras do Galaxy.

Julian está lá fora conversando com os empreiteiros – eu posso ver Tom Redondo agitando os braços ao redor de alguma coisa – então pensei em tirar um momento para contar o que aconteceu desde minha última entrada.

Se você se lembra, encontramos um cantil de prata na Taverna do Diabo que pareceu disparar todos os sensores do detector de fantasmas do Ty. Era um lindo cantil… gravado com flores e asas de borboleta, e as iniciais MF. Trouxemos de volta para a Mansão Blackthorn e demos uma olhada à luz do dia, onde imediatamente me lembrei de onde tinha visto aquele desenho de borboleta antes.

No anel da família Fairchild.

Eu sei disso por causa de Clary (Eu não passo muito tempo olhando para as joias dela, Bruce, mas os Caçadores de Sombras gostam muito de símbolos de família, em geral. E teve aquela vez que eu peguei emprestado a jaqueta dela na Terra das Fadas e depois fui para Thule e todos pensaram que ela estava morta porque o anel dela estava no bolso… mas isso é uma história para outra hora. Eu tenho o suficiente para contar no presente). Então Jules e eu concordamos que quem possuía este cantil era provavelmente um Fairchild cujo primeiro nome começava com M. Genial – nível de investigação de Sherlock, eu sei.

Durante um almoço com sanduíches de queijo, nós decidimos que seria melhor fazer uma pesquisa um pouco mais diligente em vez de mergulhar de cabeça e perguntar ao fantasma: “VOCÊ É UM FAIRCHILD, SIM OU NÃO”. Enviamos uma mensagem de fogo para Helen e Aline. Há várias histórias antigas da família dos Caçadores de Sombras na biblioteca do Instituto de Los Angeles, e pedimos para elas que procurassem Fairchilds que tinham nomes começando com a letra M. Eu acho que Helen acordou cedo, porque ela retornou para nós rapidamente com uma lista curta de candidatos. Medea Fairchild, Myles Fairchild e Matthew Fairchild. Não ficou claro nos registros se algum deles é ancestral de Clary, mas estou curiosa! (Pessoalmente, eu espero que Medeia seja, porque esse é um nome mitológico foda). De qualquer forma, não demoramos muito para nomear um candidato a Dono do Cantil de Prata (Bateria, por favor, Bruce). O candidato é… Matthew Fairchild!

Nós deduzimos isso porque Medeia morreu em 1802 aos setenta e oito anos, e Myles morreu em 1857 aos cinquenta e nove. Então, dado o período de tempo que estamos analisando – Jem disse que seus amigos estavam na Taverna do Diabo no início do século passado – Matthew, nascido em 1886, era o único que se encaixava (Aparentemente, não havia uma data de morte para ele, o que não significa que ele viveu para sempre ou morreu ao nascer, os registros dessa época tendem a ser irregulares).

Sem mais delongas, nós voltamos à sala de jantar para contatar nosso fantasma misterioso. Juro que, apesar de termos varrido várias vezes, aquela sala parece ficar cada vez mais empoeirada. Eu tinha deixado alguns papéis dos arquivos dos Blackthorn (que é uma maneira gentil de dizer “da pilha de lixo com coisas interessantes de vez em quando”) empilhados na mesa de jantar, e eles estavam todos em desordem. Isso me fez pensar se o fantasma estava tentando lê-los em nossa ausência.

Julian limpou sua garganta. “Atenção, espírito.” Ele começou.

Talvez eles não gostem de ser chamados de ‘espírito’”, eu falei baixinho. “Talvez devêssemos nos referir a eles como ‘Pessoa Falecida’.

Isso parece coisa de médico.”, disse Julian. “Como se estivéssemos em um necrotério.

Nós dois ficamos desanimados com a ideia de estarmos em um necrotério. Depois de pensar por um momento, Julian disse: “Que tal espectro ou fantasma?

As cortinas se mexeram, embora as janelas não estivessem abertas. Aparentemente fantasma foi a escolha popular.

Matthew?” Eu disse, lentamente. “Matthew Fairchild?

É um bom nome, Matthew. Eu pensei em Matthew Fairchild, nascido em 1886, e me perguntei como ele teria sido. Eu gostaria de saber se tudo o que restava dele era uma lufada de ar agitando as cortinas da nossa sala de jantar.

Embora as cortinas não estivessem se mexendo agora. Elas estavam totalmente paradas.

Você é Matthew Fairchild?” Jules perguntou, claramente decidindo que precisávamos ser mais específicos.

As cortinas deram o que só posso descrever como uma pequena sacudida irritada. Isso levantou um pouco mais de poeira, o que tornou o ar nebuloso. Ouvi um barulho atrás de mim e me virei. A pilha de papéis sobre a mesa tombou. Papéis estavam sendo jogados em todas as direções, por uma mão invisível e furiosa.

Então você não é Matthew Fairchild?” Eu disse, lutando contra a vontade de espirrar. “Olha, tudo bem se você não for – nós só queremos ajudar – nós continuaremos procurando –

Os papéis pararam de voar. A sala ficou em silêncio novamente. Quito, até, como o interior de um Instituto. Imaginei que nosso amigo fantasma tivesse partido e percebi que estava desapontada. Eu realmente esperava que encontrássemos uma resposta…

Então Julian colocou a mão no meu braço. E apontou. Arrepios explodiram por minha pele. Na poeira do chão, um dedo invisível escrevia palavras — escrevendo na velha caligrafia que se tornou familiar desde nossa chegada a Mansão Blackthorn.

Uma a uma, as palavras foram aparecendo, as letras trêmulas e pontiagudas, como se o fantasma estivesse agitado.

Leia o diário

A imagem do diário de Tatiana surgiu em minha mente. Eu sabia, de alguma forma, que aquele era o diário ao qual o fantasma estava se referindo. Mais palavras apareceram:

LEIA O DIÁRIO
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Mas eu li!” Eu disse, sem pensar. “Eu li o diário.

Julian se virou para olhar para mim, uma expressão vazia de surpresa se espalhando por seu rosto. “Emma“, ele disse. “Que diário?

[Traduzido por Equipe IdrisBR. Dê os créditos. Não reproduza sem autorização.]

Fonte

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