
Sinopse: Por quanto você venderia a sua vida? Profunda e melancólica, a novel Três Dias de Felicidade narra a história de Kusunoki, um jovem de 20 anos que não possui mais nenhuma expectativa de levar uma vida feliz. Na certeza de que nada de bom iria lhe acontecer, ele decide ir a um misterioso local onde poderia vender o tempo de vida que ainda lhe resta.
Após uma avaliação, é oferecido ao rapaz meros 300 mil ienes – ou 10 mil por ano. Agora, com apenas três meses de vida restantes, Kusunoki parte em uma jornada desesperada em busca da felicidade sem perceber que a maior alegria que poderia encontrar estava logo ao lado dele!
Todos nós quando crianças pensamos no que poderiamos ser quando crescer e o que teriamos já quando chegassemos aos nossos 20 anos, 30 anos. Temos sonhos, planos, ideias e toda uma certeza de que a vida vai ser melhor, mais bonita e mais feliz. Só que nem tudo sempre sai como planejado e, muitas vezes, não conseguimos ter tudo aquilo que queriamos.
E o que você faz quando acha que sua vida é uma decepção eterna e que nada de melhor virá dela, não importa quanto tempo você viva? É isso que Kusunoki está passando logo no inicio do livro. Apesar de pensar que teria uma vida plena e feliz, ele está com 20 anos e sem nenhuma perspectiva de que as coisas vão melhorar – até mesmo está tendo que vender seus cds e livros para pelo menos ter algum dinheiro.
“As pessoas continuam apanhando da vida, mas não cansam de desejar uma felicidade inalcançável.”
É aí que ele fica sabendo sobre um lugar onde você pode vender anos da sua vida, seu tempo ou até mesmo sua saúde em troca de dinheiro. E, por pura curiosidade ele decide ir até lá. Lá chegando, ele encontra uma recepcionista que o atende e diz que levará até as pessoas que decidem quanto ele merece pelo resto de sua vida – que é exatamente o que ele quer vender. Quando ela chega falando que pode dar a ele 300 mil ienes – 30 mil por ano – ele decide que então é isso mesmo que vai fazer. Sai de lá com dinheiro no bolso e apenas mais dois meses de vida.
Quando ele chega em casa fica surpreso que um tempo depois, a mesma recepcionista que o atendeu, Miyagi, bate na sua porta dizendo a ele que será sua monitora nesse tempo. Segundo ela, todas as pessoas que tem meses de vida, chegam em um ponto que acabam enlouquecendo com a probabilidade de morrer. Ele, é claro, fica incomodado por ter que dividir seu tempo com uma garota qualquer que ele não conhece, até que ela começa a ajudar ele a fazer uma lista de coisas que ele deseja fazer com esse pouco tempo que lhe resta.
“Não importa o quão perto da morte eu esteja, o mundo não vai ficar mais gentil de repente. Na verdade, acho que o mundo é um bom lugar só para aqueles que já morreram.”
Ele não deseja muito: deseja apenas encontrar um garoto com o qual fez amizade no que é o equivalente nosso do ensino médio lá no Japão, mas, principalmente, ele deseja reencontrar Himeno.
Himeno é uma garota que ele conheceu durante o ensino fundamental. Eles não eram exatamente amigos, mas também não eram inimigos. Eram duas crianças que eram ignoradas pelos outros colegas apenas por serem mais espertos do que eles e com isso acabaram se juntando, ao mesmo tempo que competiam para ver quem era o melhor na escola. Porém, um dia Himeno foi embora e além de uma carta aleatoria que recebeu dela aos 17 anos, Kusukoni nunca mais teve qualquer contato com ela. Mesmo que, lá naquela época, eles tivessem combinado que se a vida deles tivesse sido maravilhosa e ainda assim eles não tivessem encontrado alguém, eles se reencontrariam e se casariam.
“Em vez disso, me dê lembranças. Me dê quantas lembranças você puder. Lembranças que vão me confortar quando eu não puder suportar a solidão depois que você se for.”
Como a gente já sabe, do ponto de Kusukoni, a vida não foi a melhor. Nada do que ele pensava que aconteceria com ele realmente aconteceu. E, então Miyagi fala para ele como foi o passado de Himeno no tempo que eles não se viram, conta tudo que aconteceu com ela, e, mesmo assim ele resolve ir até onde sabe que ela está, pelo ultimo endereço que teve dela.
O que ele não imaginava que poderia acontecer, aconteceu, então ele decide voltar com o ultimo tempo de vida que lhe resta para fazer algo que lhe deixa feliz: tirar fotos de máquinas de venda, aquelas máquinas que tem refrigerante e essas coisas – com uma pesquisa eu vi que lá no Japão tem MUITAS assim e das coisas mais váriadas possíveis. E enquanto segue fazendo tudo isso, ele acaba se aproximando mais de Miyagi e sabendo mais sobre ela, sobre como ela foi parar com aquele emprego que ela tem ali, de fica monitorando pessoas prestes a morrerem.
“Quando você usa as pessoas como uma ferramenta para acabar com a sua solidão, elas acabam percebendo.”
É assim que se forma uma enorme amizade entre eles, quando ele entende que ela estar ali, vivendo naquele trabalho, sendo invisivel para todo mundo exceto a pessoa que ela monitora, não era algo que ela queria, ela estava pagando a conta da mãe dela que morreu depois de começar aquele trabalho e, por isso, ela ficaria presa aquele lugar por ainda uns 30 anos pela frente.
Então ele resolve fazer do ultimo tempo de vida que ele tem, com que as pessoas SAIBAM que ela existe: começa a levar ela até os lugares, coisas que ela quer fazer, conversa com ela pouco se importando com o que os outros vão pensar e, realmente, ele fica muito conhecido: muitas pessoas pensam que ele é louco e muitas outras pessoas acreditam nele, que realmente existe uma garota ali mesmo que eles não consigam enxergar.
“Afinal, o que me prendia à vida até agora era a esperança rasa de que talvez, um dia, alguma coisa boa poderia acontecer. Por mais vã que essa esperança fosse, era praticamente impossível desistir dela. Até o ser humano mais imprestável acredita que pode ser agraciado com a felicidade que vai apagar todo o infortúnio.”
E isso é tudo que posso falar sobre o plot sem ainda dar muitos spoilers sobre o que vem a seguir.
Esse livro acabou comigo. Chegou um momento que eu estava soluçando ao ponto que assustei minha mãe. E mesmo assim, quando que penso em falar sobre ele, começo a me sentir como o Gus em “A Culpa é das Estrelas”: “meus pensamentos são estrelas que não consigo arrumar em constelações”. E esse livro merece muito mais do que só um “leiam, eu sei que vocês vão gostar”.
“Talvez estes últimos três dias sejam os mais valiosos de todos.”
“Três dias de felicidade” foi escrito primeiramente como um mangá antes de ser transformado em uma lightnovel. E me contaram que o mangá é ainda melhor e mais detalhado, então é algo que eu estarei buscando saber mais. Esse livro é uma mistura tão boa de romance, tristeza e felicidade ao mesmo tempo.
O final dele, mesmo que esperado, é ao mesmo tempo inesperado – você não sabe o que vai acontecer até que acontece, então tem o epilogo, escrito pela autora sobre os pensamentos dela na história que me lembrou muito de “Veronika decide morrer” do Paulo Coelho. Tem aquele sabor bittersweet, que faz a gente ficar pensando bastante.
E você, o que faria se pudesse vender seus futuros anos de vida?
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