Charlie Donlea
Tradução: Carlos Szlak
Faro Editorial – 2025 – 320 páginas
MISTÉRIOS ENTRELAÇADOS.
UMA CONFISSÃO PERTUBADORA.
UMA DESCOBERTA LETAL.Há uma década, Callie Jones, uma estrela promissora do vôlei escolar, desapareceu sem deixar rastros, mobilizando todos os habitantes da pequena cidade onde morava. O caso esfriou e todos tentaram seguir com suas vidas, mas, passados alguns anos, lamentos e rumores ainda ecoam nos cantos das ruas.
Agora, Ethan Hall, ex-detetive que trocou as investigações criminais pelo pronto-socorro para fugir das tristes lembranças do passado, é arrastado de volta às sombras que jurou deixar para trás. Atormentado por memórias que nunca o abandonam, ele recebe um apelo desesperado de um velho amigo, o detetive que investigou o caso de Callie, agora à beira da morte. O pedido? Dar à família uma resposta definitiva sobre o que aconteceu com a garota.
A busca de Ethan logo vira notícia, reacende velhas feridas e surge como uma fagulha de esperança. Mas todas as pistas se contradizem, e segredos do próprio passado de Ethan começam a emergir. O novo plano para essa investigação vem de uma fonte inesperada… O assassino do pai de Ethan surge com pistas. E, nesse momento, tudo se conecta em um mistério sombrio e perigoso. O que aconteceu com Callie Jones? A verdade está no centro de uma teia de mentiras, onde cada passo de Ethan ameaça desmoronar não apenas o caso, mas sua própria sanidade. Neste jogo mortal de gato e rato, desvendar o segredo pode revelar um horror muito pior do que o vazio deixado por aquele desaparecimento.
UM CASO SEPULTADO NO PASSADO EMERGE COM SEGREDOS SOMBRIOS, CAPAZES DE DESTRUIR O PRESENTE EM UMA INTRINCADA TEIA DE MENTIRAS.
Tenho alguns frustrações na minha vida de bookstan e não o autografo do Donlea é um deles. Amo fantasia, muito mesmo, mas o suspense/thriller tem um lugar realmente especial no meu coração, junto com o terror, então sem surpresa nenhuma ser fã de um dos maiores autores do gênero atualmente. Salvo uma derrpadinha aqui e ali em alguma caracteristicas de suas personagens secundárias, não tnho o que falar de Charlie Donlea além de indicar fortemente os livros escritos por ele para todos fãs do genêro também e sou tão fã que tenho box e inclusive já resenhei vários e você pode ler clicando AQUI, tudo sem spoiler.
Então quando li que ele enfim iria publicar um livro com um protagonista masculino, fiquei realmente intrigada com o que viria. E mesmo já conhecendo o estilo de escrita do autor, conhecendo as reviravoltas que ele é capaz de apresentar (e até de matar protagonistas) e a forma como ele normalmente intercala o presente e passado em suas tramas, fui atropelada por este livro. A sensação foi que alguém pegou o livro e me bateu com ele na cabeça com a reviravolta final e não estou brincando sobre: não sou alguém fácil de se pega desprevenida, mas aconteceu aqui. A primeira resolução me frustrou bastante, mas o que aconteceu na sequência foi tão bizarramente bem construído que só há uma única pista em toda trama. E sim, este livro PRECISA de uma continuação – e já fui pesquisar e sim, o autor está disposto a continuar a história até porque ele não é nem louco de parar por aqui. Enfim, acho que já deu pra entender que eu adorei a trama que tem sim, defeitinhos aqui e ali, mas, em seu saldo é um livro acima da média de suspense.
Anos antes, Ethan fora agente especial da Divisão de Investigação Criminal de Wisconsin e responsável por investigar crimes contra crianças. Por um tempo fora gratificante colocar atrás das grades os seres desprezíveis que cometiam tais barbaridades. Porém, o trabalho cobrara seu preço. Ele testemunhara violência demais contra os mais vulneráveis da sociedade. Em sua antiga profissão, uma “vitória” ainda significava uma criança morta, uma família enlutada e um criminoso recebendo três refeições por dia e um colchão quente à noite. Nos dez anos em que trabalhara na DIC, Ethan perdera a fé na humanidade. Ele se vira tão à deriva que começara a perder contato com a condição humana. Fora uma década de declínio constante, uma espiral perigosa da qual ele precisava escapar antes que o vazio o engolisse por inteiro. Assim, decidiu que uma mudança na carreira era necessária para preservar a sanidade. Pediu demissão e se candidatou a uma vaga na escola de medicina.
Agora, como médico de pronto-socorro, ele podia ajudar seus pacientes antes que morressem. Era uma mudança reconfortante, e algo de que sua vida precisava desesperadamente. Pela primeira vez em muitos anos, Ethan Hall era um homem feliz.
A trama se abre no ano de 2015, entre uma cena com uma personagem feminina se entregando a um homem. Para o leitor, fica claro que a personagem está profundamente apaixonada, mas nada além do ato sexual fica do casal, já como logo somos enviados para o tempo atual, ainda no Estado de Wisconsin, mas agora seguindo o doutor Ethan Hall, de 36 anos, antigo agente da Divisão de Investigação Criminal do Estado e outrora responsável por investigar crimes contra crianças. Formado já tardiamente, Ethan atuou em seu antigo emprego por 10 anos, até que foi pra faculdade de medicina, depois de perder grande parte da fé que tinha na humanidade depois de ver o que crianças podem sofrer.
Há dois fatos que chamam bastante atenção sobre Ethan: o primeiro é que o pai dele, Henry, foi morto quando ele tinha 13 anos em uma investigação sobre os assassinatos no Lago Michigan, que o levou até a porta de Francis Bernard, criminoso condenado e ainda preso por este crime. O segundo fato sobre Ethan é que ele teve uma taxa de 100% casos resolvidos, o que obviamente o deixou com esta áurea de grande investigador e muito competente. E é por isso que seu antigo parceiro, Pete Kramer, que está lidando com um diagnostico de uma doença crônica incurável e que provavelmente o matará, o procura: para resolver o desaparecimento de Callie Jones, acontecido há 10 anos e sem solução até os dias. O pai de Callie agora é o governador do Estado e se envolver na investigação o colocaria nas boas graças do homem, e é assim que Ethan volta a ser um agente no meio de uma investigação.
Chip assentiu antes de se virar e sair da sala dos médicos. Em seguida, Ethan puxou o jornal para perto de si.
O que aumenta o mistério em torno da reabertura do caso é que Ethan Hall, um ex-investigador rebelde da Divisão de Investigação Criminal de Wisconsin, agora médico de emergência, foi escolhido para comandar a investigação sobre o desaparecimento de Callie Jones. O senhor Hall descende de uma longa linhagem de autoridades policiais. Seu pai, Henry Hall, foi detetive do Departamento de Polícia de Milwaukee. O detetive Hall foi morto em serviço enquanto investigava os massacres do Lago Michigan em 1993.
Ethan jogou o jornal no lixo. Curiosamente, o caso de Callie Jones e seu retorno relutante à dic não eram as maiores perturbações em sua vida. Essa honra pertencia a Francis Bernard — o homem que matara seu pai — e à ideia de que Ethan estava prestes a ficar frente a frente com ele.
A principio se sentindo um tanto quanto “enferrujado”, Ethan logo começa a questionar pequenos detalhes do que aconteceu na noite que Callie sumiu enquanto tem de testemunhar mais uma vez pela não concessão de uma condicional de Francis, já como o criminoso está elegível para pedir, depois de ter a primeira tentativa negada. Além de ter a morte de seu pai, Francis era o principal suspeito dos Assassinatos no Lago Michigan, que vitimou 8 jovens e só foi parado quando uma nona jovem de 16 anos, conseguiu fugir dele. Traumatizada e ferida, Maddie Jacobson conseguiu fugir, mesmo que grande parte de suas memórias tenham se perdido no meio do trauma, mas agora, aos quarenta e oito anos, ela é policial – e namorada de Ethan. Francis nunca foi realmente julgado e condenado pelos assassinatos da garotas, mas estes pararam com sua prisão, o que é altamente incriminador.
Ao mesmo tempo que essas duas narrativas que parecem estarem correndo paralelamente estão acontecendo, somos apresentados também a Eugênia Morgan, mulher que parece ser completamente fora da caixinha e que está justamente tentando visitar Francis na cadeia. E é assim, atraves dela, que vamos juntando as peças e entendendo que tudo irá se colidir com a trama do sumiço de Callie, já como Francis parece ter mais informações do que deveria – a grande questão é como isso pode acontecer, já como o homeme stá preso desde 1993, ou seja, há mais de 30 anos. A investigação começa a se enrolar cada vez mais, ainda mais quando Maddie recebe Mais um postal bastante estranho, tudo jogando Ethan na teia que Francis está criando para conseguir uma transferência de seu presidio para outro menos vigiado, porque lembrem-se: Callie, a quem todos querem saber o que aconteceu com, é a filha do Governador, que irá até fazer de tudo possível para descobrir o que aconteceu com a filha.
Maddie Jacobson tinha dezesseis anos quando escapou por pouco de se tornar a próxima vítima do assassino do Lago Michigan. Por trinta e dois anos, Maddie carregou o peso de ser a única mulher a escapar com vida depois de ser sequestrada na região metropolitana de Milwaukee durante o verão de 1993. Agora, aos quarenta e oito anos, Maddie ainda trazia as marcas daquele verão distante. Uma cicatriz atravessava seu abdome, do umbigo até o peito, onde ele tinha cravado a lâmina. A hemorragia interna e a perda de sangue haviam subtraído temporariamente a visão de seu olho esquerdo, agora restaurada ao nível mínimo necessário de acuidade visual para ingressar na academia de polícia. No espelho e nas fotos, os vestígios da paralisia de Bell ainda eram visíveis — um nervo facial paralisado que fazia o lado esquerdo de seu rosto cair levemente. E uma cicatriz vermelha e irregular marcava seu seio esquerdo, resultado de onde ele tatuara um coração negro em sua pele. Mesmo as habilidades de um cirurgião plástico não conseguiram apagar a tatuagem completamente.
O ponto fraco do livro é quando vamos entendendo o que aconteceu no passado, como tudo está ligado e o que aconteceu com Callie. Não é algo novo e muito menos realmente interessante toda essa trama, e quando fica claro o que e quem fez algo com Callie, é bastante frustrante – pelo menos, foi o que senti, mas, claro, não darei grandes explicações sobre. Só que quando chegamos a parte final do mistério de Callie, há mais acontecendo e a grande peça que é Francis nesta trama. Grande vilão, ele está usando todos outros como peças em seu tabuleiro, até uma revelação final que foi, sem sombras de dúvidas, uma das melhores dos últimos anos que li, digna da cena do “Que porta?”, no seriado “Westworld” – quem viu, vai entender. O ritmo a partir dai é alucinante, e por mais que o leitor possa sentir uma pontada de raiva com as decisões finais, a promessa de um próximo livro acalma nosso coração e cria a expectativa para mais sobre estes personagens.
Mais uma vez, vou deixar claro: sou fã do Donlea e posso me gabar que já li todos os livros do autor (inclusive amo muito “Não confie em ninguém”, do autor) e sei das reviravoltas que ele é capaz de nos entregar, mas a bomba aqui foi realmente nuclear. Consigo entender a escolha do titulo em português para “Teia de Mentiras” porque dá pra se perder no meio de tantas mentiras e, realmente, a teia que há aqui beira o infinito e, definitivamente, vai te pegar. Mal posso esperar pelo próximo!
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