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Resenha: Helen de Wyndhorn – Tom King, Bilquis Evely e Matheus Lopes


“Helen de Wyndhorn”
Tom King, Bilquis Evely e Matheus Lopes
Tradução: Angélica Andrade
SumaHQ – 2025 – 176 páginas

Lilith Appleton cuidou da educação de Helen Cole por boa parte da juventude da garota. Ela conheceu a menina quando o pai, C.K. Cole, morreu em circunstâncias trágicas. Seu primeiro encontro com Helen é desafiador: ela resgata a garota da prisão e logo percebe que a rebeldia e o descaso de sua protegida são sintomas de algo mais profundo.

Vivendo em Wyndhorn, a propriedade da família Cole, as duas se aproximam, e Lilith ganha a confiança de Helen. Assim, a jovem passa a relatar à tutora as aventuras estranhas que vive na companhia do avô, Barnabas, um homem instigante e ausente.

Partindo do relato de Lilith, a trama de Helen de Wyndhorn vai se revelando aos poucos, por meio de fragmentos do passado: pelo depoimento da preceptora, pelas memórias do jornalista e biógrafo de C.K. Cole, pelas relíquias remanescentes da história do escritor tão célebre quanto enigmático e de sua família misteriosa.

Uma história sobre família, legado e pertencimento, Helen de Wyndhorn combina elementos de fantasia épica, gótico e magia em uma narrativa envolvente e delicada, que ganha vida nas ilustrações deslumbrantes de Bilquis Evely.

Esta foi uma resenha em formato de vídeo. Vocês podem assisti-lo abaixo ou indo em nosso Instagram. A descrição do áudio do vídeo segue abaixo.

Helen de Wyndhorn” é uma graphic novel tão linda, com uma história tão bem estruturada que prende o leitor em todos quesitos, junto com os traços perfeitos e a coloração que é, sem sombras de dúvidas, um espetáculo a parte. Coroando tudo que falei, a graphic novel ganhou o prêmio Eisner, que é considerado o “Oscar” dos quadrinhos, pelas ilustrações de Bilquis Evely – que adivinhem só, é brasileira! Dá pra gente dizer que este prêmio teve um gostinho a mais, vai.

Mas indo pra história, acompanhamos Helen Cole, uma garota de 16 anos, que acaba de perder o pai e já havia perdido a mãe em seu parto. O avô da garota, Barnabas Cole, contrata a preceptora Lilith Appleton para ir buscar a garota, que está em outro estado, e levá-la para Wyndhorn, a propriedade da família. Ao chegar para pegar sua agora pupila, Lilith se depara com uma garota bastante peculiar para os anos 1930 que a história se passa, já como Helen gosta de beber e parece ser alguém com sérios problemas em aceitar qualquer tipo de autoridade.

Levada para Whydorn e conhecendo seu avô, o qual até ali era um completo desconhecido, um novo mundo se abre para Helen, mesmo que ela já tivesse lido sobre tudo aquilo nas histórias do pai. CK Cole, o pai de Helen, era um escritor de fantasia que passou a ser bastante cultuado com o tempo, e aqui acho importante contar que a história não se passa em um contexto temporal linear e sim entre vindas ao passado, em 1930, quando Lilith conhece Helen, e quando Thomas, um jornalista, entrevista a senhora bastante idosa, sobre seu tempo com a família Cole, já como ele está escrevendo a biografia do falecido CK. A história vai se desenrolando porque as gravações de Cole com Lilith são vendidas, e assim temos vislumbres de épocas diferentes e contextos diferentes onde aquela história tão fantástica vai parar.

O fio condutor da narrativa é realmente Lilith em sua entrevista com Thomas, contando como ela própria ouviu sobre as jornadas fantásticas que Helen começa a viver com seu avô, o acesso a outro mundo e a forma como a jovem se transforma. Acho que já deu pra entender que além de uma graphic novel lindíssima, é também uma história de fantasia, com toques de gótico, aventuras, a formação de uma família e aceitação sobre quem realmente se é.

Já li bastante coisa no formato, mas ditgo sem dúvida alguma: é a Graphic novel mais linda que já tive o prazer de manusear. A trama de Helen, a aventura, a aceitação do que ela poderia alcançar, a forma como o relacionamento dela com Lilith se desenvolve, tudo isso envolve além dos traços dos desenhos, causando aquele impacto que todo ator quer que o leitor sinta: apego aos personagens. O prêmio foi mais do que merecido, mas, mais do que isso, o prêmio que fica é mesmo para nós, leitores, que temos a oportunidade de ler uma história tão boa que definitivamente merece o mundo. Ou talvez, mundos.

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