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Resenha: Cast in Firelight (Wickery #1) – Dana Swift


“Cast in Firelight” (Wickery #1)

Dana Swift
ARC recebido em formato de eARC em parceria com a Penguin Random House International
Data de lançamento internacional: 19 de janeiro de 2021

Adraa é a herdeira real de Belwar, uma bruxa talentosa prestes a fazer o seu teste na cerimônia real e uma garota que só quer provar seu valor para seu povo.

Jatin é o herdeiro real de Naupure, um bruxo competitivo que domina todas as nove cores da magia e um menino ansioso para voltar para casa pela primeira vez desde que era criança.

Juntos, o casamento arranjado unirá dois dos reinos mais poderosos de Wickery. Mas depois de anos de rivalidade à distância, Adraa e Jatin concordam apenas em uma coisa: seu reencontro será tudo menos doce.

Só que o destino tem outros planos, e com o ataque do criminoso da parte baixa de Belwar de repente tentando assumir o controle, seus caminhos se cruzam… e nenhum dos dois percebe quem o outro é enquanto adotam identidades secretas separadas.

Entre se esquivarem de feitiços mortais e manterem seu verdadeiro eu escondido, o par deve aprender a colocar sua confiança um no outro se um deles quiser descobrir a verdadeira ameaça. Agora o destino de Wickery está nas mãos de… rivais? Noivos? Parceiros? O que quer que sejam, é complicado e destinado à grandeza ou destruição.

Como vocês já sabem, essa resenha é em parceria com a Random House Internacional, de quem recebemos esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado). Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um ARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade de parceria.

Assim que li essa sinopse, eu quis ler “Cast in Firelight”, 1º livro de uma duologia. Há esse movimento dentro dos livros Young Adults que eu simplesmente adoro e faço questão de dar total apoio: a diversidade da cultura. Enquanto no começo muito se vira de cultura Europeia e norte-americana, agora os livros de fantasia YA trazem outras influências em suas páginas, o que, para mim, é algo a se reverenciar. Sempre que vejo qualquer livro de fantasia com elementos de outras culturas, corro para ler porque é meu jeito de viajar o mundo dentro de um dos meus gêneros literários favoritos.

Cast in Firelight” é inspirado na cultura indiana com diversos outros elementos, criando um universo de magia simplesmente delicioso de se ler sobre. Preciso deixar isso muito, muito claro porque é mesmo o ponto forte do livro: pra mim, se você vai falar sobre magia, você precisa construir suas regras e deixá-las claras para o leitor, e a autora aqui consegue isso maravilhosamente bem. De cara entendemos que os agraciados com magia são mais raros no reino de Belwar, fazendo Adraa ser uma das poucas bruxas. Já no reino de Naupure, do qual Jatin é o herdeiro, a magia corre mais forte. Entre os dois reinos, os que tem magia tem uma marca em suas mãos, e Adraa, incrivelmente, tem somente em uma mão.

Os pais de ambos decidem que um casamento entre os dois seria de ótima valia para os reinos e, ainda criança, os apresentam – e aqui temos o começo do livro em uma introdução deliciosa demais de ler. Adraa é uma garotinha com muita, muita personalidade e já mostra desde sempre que não vai aceitar nada do tão metido e convencido Jatin. É um começo que fica claro que os dois vão naquele relacionamento de gato e rato até se casarem, só que o livro ai tem um salto de 8 anos, já trazendo os personagens adolescentes para o começo real da trama.

Levados por motivos diversos, Adraa encontra Jatin, mas vê o guarda dele usando suas roupas (para segurança do herdeiro) e acredita que o outro é Jatin, que não reconhece Adraa. Cada um mentindo sobre sua identidade enquanto um mal maior começa a surgir, os dois precisam, cada um dentro do seu disfarce, juntarem seus poderes para poder conter esse mal maior, que pode estar muito mais próximo deles do que pensam.

Pra começar, eu quero falar, mais uma vez, da construção da magia e do universo que a autora criou aqui: baseada em cores e em Deuses, cada um dos elementos é capaz de dar “poderes” aos seus usuários, além de invocar outros elementos também. Toda ambientação do livro é magnífica porque lembra e muito templos hindus, tudo bastante perfeito e que te transporta para o mundo de Wickery. Todas as cenas de magia são bem escritas e te prendem, exatamente como eu pensei. Mas… sim, tem um mas gigantesco aqui: o romance.

Adraa sozinha funciona muito, muito bem. Ela é o tipo de mocinha que amamos: forte, corajosa, com um intenso senso de justiça e capacidade de não desistir nunca, pecando por ser um pouquinho teimosa demais e que domina a maior parte dos ponto de vistas do livro (que tem o ponto de vista dos dois, mas Adraa tem mais alguns do que Jatin). Jatin também funciona muito, muito bem – em parte mimado, em parte inseguro, em parte convencido, em parte inseguro, ele é o tipo de mocinho que te faz torcer por ele, principalmente porque ele é o que se apaixona antes e começa a tentar lutar pela garota que ele acredita ser a certa pra ele.

E aonde está o problema, você se pergunta? No romance. O romance passou um pouco do ponto nessa trama de gato-e-rato que somos jogados entre os dois. Pela sinopse sabemos que um engana o outro dizendo ser outra pessoa, e é assim que eles começam a se apaixonar por quem deveriam sem saber. O problema é o tamanho e a insistência nessa trama. Talvez, se ela tivesse terminado antes, eu teria shippado mais o casal porque eles tem química, eles fazem o leitor querer os dois juntos, mas… faltou algo que eu não soube precisar. Pareceu tudo grande demais para ficar preso em um romance que poderia ter sido bem facilmente resolvido se eles conversassem.

O que eu quero deixar claro é que “Cast in Firelight” é um livro delicioso de se ler, uma fantasia rápida e leve, mas que se perde em criar um mundo tão intenso e grande com base em um romance que sabemos claramente aonde vai terminar. Não pude deixar de sentir uma certa decepção quando terminei de ler, mas não deixo de torcer para o livro chegar no Brasil e vocês lerem mais sobre a magia de Wickery e como tudo lá funciona. É um livro que merece ser lido e ter seus rumos corrigidos para sua continuação, a qual certamente eu lerei e espero que seja invocada a magia do romance no ponto certo.

Thanks for the free book, Penguin Random House International.

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