22.06

“Quando as Estrelas Caem”
Amie Kaufman e‎ Meagan Spooner
Novo Conceito – 2018 – 416 páginas

Tarver só tem 18 anos, mas já ocupa o posto de Major e foi condecorado como herói. Lilac é mimada e arrogante, e acha que o mundo existe somente para servi-la. A menina mais rica da galáxia e o guerreiro misterioso. Perdidos em um planeta abandonado, os únicos sobreviventes de um desastre que matou milhares de pessoas sabem que precisam aprender a conviver e não estão certos de que conseguirão voltar para casa um dia. Juntos, eles enfrentam aparições, vozes fantasmagóricas, coisas que desaparecem e a presença cada vez mais próxima da força desconhecida que ejetou do espaço a nave Icarus. Criando um vínculo que supera o clichê os opostos se atraem , Lilac e Tarver provam que a coragem e a lealdade podem ser muito maiores que o instinto de sobrevivência. Personagens que, de tão imperfeitos, nos fazem torcer por eles. Suspense arrebatador, amadurecimento e um desfecho eletrizante daquelas fantasias que nos cativam e fazem querer compartilhar a história com todo mundo.

Vou começar dizendo que esse livro me surpreendeu, e muito. No começo do mês passei uma lista enorme de livros para o meu e-book, e foi literalmente sem querer que comecei a ler “Quando As Estrelas Caem”. Literalmente porque o ônibus no qual eu estava deu um solavanco bem na hora em que eu estava escolhendo um livro, e eu abri esse sem querer.

Sentada escrevendo essa resenha, fico feliz que eu tenha decidido lê-lo.

Nunca havia ouvido falar de nenhuma das autoras e não sabia absolutamente nada sobre o livro, inclusive nem do que se tratava. Então comecei totalmente no escuro, o que foi bem gostoso, porque cada reviravolta na história era uma surpresa para mim. Enfim, vamos lá:

Quando As Estrelas Caem (já começando por esse título maravilhoso que chama a atenção e que tem TUDO a ver com a história), conta a história de um casal improvável que se junta em uma aventura ainda mais improvável contra a vontade dos dois. Se você já viu Titanic alguma vez (ou umas 80, como eu), e gostou, esse livro vai arrebatar você. A história junta esses elementos românticos a uma atmosfera fictícia, e o desenrolar do livro se passa em um mundo utópico, onde nossos personagens vivem, em um tempo bem além do nosso.

Em uma galáxia não tão distante assim, a bordo da nave Icarus (o nome da nave é uma irônia maravilhosa, já que ela despenca do céu assim como o próprio Ícaro), conhecemos nossa primeira protagonista: Lilac LaRoux, filha e herdeira do Império LaRoux. O pai de Lilac é um quadrilionário dono de mais da metade da galáxia e inventor de milhares de naves e tecnologias e tudo que pode existir na história e blablablá. Lilac tem uma personalidade atrevida, arrogante e sendo filha de quem é, ela é bem mimada também. Por baixo de tudo isso, porém, as autoras nos mostram que não há nada além de uma garota comum de 16 anos que quer se divertir e viver experiências normais. Entretanto, seu pai maníaco-controlador não está disposto a deixar que isso aconteça.

Nosso segundo protagonista é Tarver Merendsen, um herói por acidente que se juntou ao exército há pouquíssimo tempo e está a bordo da Icarus totalmente entediado com as pessoas e o estilo de vida ao seu redor. Tarver vem de uma família simples, e entrou para o exército por um motivo pessoal (você vai descobrir ao longo da história). Enfim, a bordo da nave ele conhece Lilac, e, sem fazer a mínima ideia de quem ela é, se sente atraído por ela.

“É um jogo. Eu posso até não pertencer àquela sociedade, mas ainda conheço quando vejo uma manipuladora. (…) Então ela sorri, e ela tem covinhas, e está tudo acabado. Não é apenas a aparência dela, embora isso seja tudo por si só. É que, apesar da aparência dessa garota, a despeito de onde eu a conheci, ela está disposta a remar contra a maré. Ela não é mais uma dessas marionetes cabeça-oca. É como se eu encontrasse outro ser humano após dias de isolamento.”

Acontece que não temos tempo para ver o romance desenrolar já que a nave despenca do céu pouquíssimo tempo depois disso, indo parar em um planeta desconhecido e cheio de mistérios, e deixando nossos protagonistas assustados e raivosos (como em um bom clichê, no começo eles se odeiam) em busca de ajuda.

Nessa planeta, Lilac e Tarver encontram diversas, DIVERSAS dificuldades e obstáculos no seu caminho ao tentarem voltar para casa. Além dos obstáculos do planeta, eles também precisam lidar um com o outro e com si próprios e os monstros em suas cabeças.

Ok, o começo da história é basicamente isso, mas o resto é MUITO, MUITO MAIS!!!!!!! (só que eu não vou falar porque realmente quero que vocês leiam), mas vamos aos detalhes técnicos:

O livro se passa em primeira pessoa com dois povs e um tempo no futuro: O pov de Tarver, de Lilac e em um interrogatório que acontece após o incidente com a nave. O livro se alterna entre os três o tempo todo, mas de modo nenhum isso deixa a narrativa confusa ou repetitiva. Pelo contrário, um complementa o outro muitíssimo bem, e adorei a alternância entre os três nos momentos exatamente certos.

O livro também tem alguns personagens secundários no começo da história e um pouquinho no final, mas a história acontece basicamente só com os protagonistas e em momento nenhum isso fica chato ou enjoativo. Não sei como as autoras conseguiram fazer isso já que algumas partes do livro são meio paradonas (isso sim fica um pouco cansativo), mas funcionou super bem no caso de Quando As Estrelas Caem.

Outro ponto positivo para as autoras e para a história é que elas realmente conseguem nos passar a ideia de perda com esse livro. Quero dizer, muitas pessoas morrem (não é spoiler porque qualquer um pode adivinhar isso lendo a sinopse), e as autoras descrevem as mortes de uma maneira que faz com que realmente as lamentemos. E eu simplesmente adorei como elas conseguiram nos passar essa tristeza.

Além disso, há muito dos protagonistas caminhando pelo novo planeta, para chegar de um ponto A a um ponto B, e isso fica meio enjoativo mas não fica repetitivo (dá pra entender?), quer dizer, é chato ver eles caminhando e caminhando pelo planeta mas elas conseguem descrever cada um dos dias em que eles fazem isso de maneira diferente, e nenhum dia fica redundante em relação aos anteriores.

Para não me estender mais, vou dizer que adorei todo o motivo por trás da história. Adorei os elementos finais, as pitadas de romance que não fizeram com que ficasse enjoativo, adorei a grande sacada por trás de tudo e adorei o fim do livro. A única coisa que me incomodou bastante foi todo o papo de tecnologia que tem na história. Não entendi quase nada, e sinto que isso fez com que eu perdesse algumas sacadas importantes, mas tudo bem. O background dos personagens também é super bem construído e colabora bastante para o desenrolar da história. De modo geral, o livro tem muito mais pontos positivos do que negativos. A história é muito bem estruturada e isso me deixou realmente surpresa, porque é sempre muito bom quando começamos um livro sem esperar nada e terminamos suspirando.

O livro faz parte de uma trilogia, mas, apesar disso, pelo que pesquisei os dois próximos volumes não têm os mesmos protagonistas do primeiro, apesar de eles fazerem aparições ocasionais nos livros. De qualquer maneira as autoras me cativaram o suficiente para que eu os queira ler.

Para mim, por fim, há dois tipos de livros: Os que conseguimos ler pausadamente e os que não conseguimos parar de ler, e Quando As Estrelas Caem, pelo menos no meu caso, é um daqueles que não dá para parar de ler! Eu simplesmente adorei!

Para comprar o livro, basta clicar no nome da livraria:
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Livraria Cultura por R$ 44,90.

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1 comentário em “Resenha: Quando As Estrelas Caem – Amie Kaufman e Meagan Spooner”



  1. Aline disse:

    Acabei de terminar de ler também, li em uns 3 dias pq não conseguia parar!!! Vim procurar algo sobre pra saber se apenas eu tinha amado tanto esse livro! Fiquei encantada de saber que tem mais 2! Vou procurar!



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